Ficha técnica da faixa:
voz e arranjo – Gilberto Gil
baixo – Rubens Sabino (Rubão)
bateria – Tutty Moreno
percussão – Chico Azevedo
piano – Aloisio Milanez
“Glastonbury foi um festival grande, mítico, no interior da Inglaterra, feito com todos os cuidados astrológicos e esotéricos para ser o festival dos festivais da era de aquário. Fizeram uma pirâmide enorme, três palcos, trouxeram gurus. Poucos nomes do ‘mainstream’ participaram, mas por lá passaram todos os grupos alternativos – e todos os ácidos lisérgicos.
“Nós fomos todos, toda a comunidade brasileira em Londres na época: eu, Caetano, Sandra, Dedé, Cláudio Prado, Antônio Peticov, Júlio Bressane, Rogério Sganzerla, Paloma Rocha, filha do Gláuber – talvez até ele tenha aparecido -, Péricles Cavalcanti.
“Foi uma semana de desbunde, até que terminou. A gênese da música se relaciona com o amanhecer do dia da retirada, quando nos preparávamos pra voltar. Olhando as barracas sendo desarmadas e o acampamento abandonado, os restos todos no chão, me veio a sensação de que ‘o sonho acabou’ – no sentido de que era o fim do festival, mas também de um sonho muito especial.
“Naquela momento, a frase do John Lennon [‘the dream is over’, da música God] estava no ar. O Sonho Acabou diz respeito à minha identificação com ele em seu novo momento de reciclagem do lixo aquariano e arquivamento de um certo deslumbramento do psicodelismo. É uma música discipular; eu era absolutamente louco por ele.”