Vendo o panorama geral da minha vida, eu fiz tudo para ser quem eu sou, para estar no lugar em que estou e sentir a vida de modo a estar em conformidade com ela. É o que sempre digo: a conformidade conforme a idade. Tenho a idade que tenho hoje e uma vida em conformidade com ela.
Eu gosto da idéia de envelhecer. E, diante da Divindade, ainda me penitencio de um pecado, que eu acho forte, e de que recentemente comecei a vislumbrar a possibilidade de me livrar, que é o desejo da boa morte. Pelo menos, tenho a impressão que nem esse desejo deveria ter, para, enfim, ter a sujeição absoluta: “Seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu”. Acho até que nos devemos impor não desejar nem isso: que a morte seja isso ou seja aquilo ou que a vida seja longa ou qualquer coisa desse tipo. Não se deve especular sobre o destino e não se deve mexer nele.
É, e não se deve mexer nisso. Mas eu ainda tenho um pouco, de vez em quando, essa coisa de ficar tão encantado com as pessoas que morrem serenamente e ainda fico idealizando uma boa morte. E, de certa forma, tenho tentado, na medida do possível, com todos os insucessos, evidentemente, fazer uma preparação para essa boa morte, pois acho a boa morte um coroamento. Mas ainda “peco” por isso, e isso ainda me soa um pouco como uma ambição. Mas de todo modo, digamos, sem julgar essa atitude, essa manifestação em mim, eu venho fazendo a minha vida para isso, preparando a minha vida para a minha morte.
Em “GiLuminoso – A Po.Ética do Ser”
Vendo o panorama geral da minha vida, eu fiz tudo para ser quem eu sou, para estar no lugar em que estou e sentir a vida de modo a estar em conformidade com ela. É o que sempre digo: a conformidade conforme a idade. Tenho a idade que tenho hoje e uma vida em conformidade […]