Louvação
Gilberto Gil
Torquato Neto
Vou fazer a louvação – louvação, louvação
Do que deve ser louvado – ser louvado, ser louvado
Meu povo, preste atenção – atenção, atenção
Repare se estou errado
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado
E louvo, pra começar
Da vida o que é bem maior
Louvo a esperança da gente
Na vida, pra ser melhor
Quem espera sempre alcança
Três vezes salve a esperança!
Louvo quem espera sabendo
Que pra melhor esperar
Procede bem quem não pára
De sempre mais trabalhar
Que só espera sentado
Quem se acha conformado
Vou fazendo a louvação – louvação, louvação
Do que deve ser louvado – ser louvado, ser louvado
Quem ‘tiver me escutando – atenção, atenção
Que me escute com cuidado
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado
Louvo agora e louvo sempre
O que grande sempre é
Louvo a força do homem
E a beleza da mulher
Louvo a paz pra haver na terra
Louvo o amor que espanta a guerra
Louvo a amizade do amigo
Que comigo há de morrer
Louvo a vida merecida
De quem morre pra viver
Louvo a luta repetida
Da vida pra não morrer
Vou fazendo a louvação – louvação, louvação
Do que deve ser louvado – ser louvado, ser louvado
De todos peço atenção – atenção, atenção
Falo de peito lavado
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado
Louvo a casa onde se mora
De junto da companheira
Louvo o jardim que se planta
Pra ver crescer a roseira
Louvo a canção que se canta
Pra chamar a primavera
Louvo quem canta e não canta
Porque não sabe cantar
Mas que cantará na certa
Quando enfim se apresentar
O dia certo e preciso
De toda a gente cantar
E assim fiz a louvação – louvação, louvação
Do que vi pra ser louvado – ser louvado, ser louvado
Se me ouviram com atenção – atenção, atenção
Saberão se estive errado
Louvando o que bem merece
Deixando o ruim de lado
60687177
© Gege Edições Musicais / © Musiclave Editora Musical LTDA.
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Outras gravações:
“Afrociberdelia”, Chico Science & Nação Zumbi, Sony Music
“Grandes compositores: Caetano e Gil”, Claudya, Movieplay
“Elis Regina e Jair Rodrigues”, Elis Regina e Jair Rodrigues, Polygram Music
“Carinhoso”, Jair Rodrigues, Universal Music
“Grandes compositores”, Pocho e sua orquestra, RGE
Beira-Mar
Gilberto Gil
Caetano Veloso
Na terra em que o mar não bate
Não bate o meu coração
O mar onde o céu flutua
Onde morre o sol e a lua
E acaba o caminho do chão
Nasci numa onda verde
Na espuma me batizei
Vim trazido numa rede
Na areia me enterrarei
Na areia me enterrarei
Ou então nasci na palma
Palha da palma no chão
Tenho a alma de água clara
Meu braço espalhado em praia
Meu braço espalhado em praia
E o mar na palma da mão
No cais, na beira do cais
Senti meu primeiro amor
E num cais que era só cais
Somente mar ao redor
Somente mar ao redor
Mas o mar não é todo mar
Mar que em todo o mundo exista
Ou melhor, é o mar do mundo
De um certo ponto de vista
De onde só se avista o mar
E a Ilha de Itaparica
A Bahia é que é o cais
A praia, a beira, a espuma
E a Bahia só tem uma
Costa clara, litoral
Costa clara, litoral
É por isso que é o azul
Cor de minha devoção
Não qualquer azul, azul
De qualquer céu, qualquer dia
O azul de qualquer poesia
De samba tirado em vão
É o azul que a gente fita
No azul do mar da Bahia
É a cor que lá principia
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
62838342
© Gege Edições Musicais / © Editora Musical Arlequim LTDA.
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Outras gravações:
“Mar 4”, Gilberto Gil, Dubas Musica 2001
“Beira do mar”, Gilberto Gil, Dubas Musica 2000
“Louvação”, Gilberto Gil, Polygram 1967
“Retirante”, Gilberto Gil, Discobertas 2010
“O seu amor”, Gilberto Gil, Universal Music 2004
“Acustico”, Gilberto Gil, Warner Music 2001
“Unplugged”, Gilberto Gil, Warner Music 1994
“O rancho do novo dia”, Gilberto Gil e Caetano, Philips 1981
“Ituaçú – Gilberto Gil”, Orquestra De Sopros Da Pro Arte E Flautistas Da Pro Arte, Gil Geringonça Filmes 2012
Lunik 9
Gilberto Gil
Poetas, seresteiros, namorados, correi
É chegada a hora de escrever e cantar
Talvez as derradeiras noites de luar
Momento histórico
Simples resultado
Do desenvolvimento da ciência viva
Afirmação do homem
Normal, gradativa
Sobre o universo natural
Sei lá que mais
Ah, sim!
Os místicos também
Profetizando em tudo o fim do mundo
E em tudo o início dos tempos do além
Em cada consciência
Em todos os confins
Da nova guerra ouvem-se os clarins
Guerra diferente das tradicionais
Guerra de astronautas nos espaços siderais
E tudo isso em meio às discussões
Muitos palpites, mil opiniões
Um fato só já existe
Que ninguém pode negar
7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, já!
Lá se foi o homem
Conquistar os mundos
Lá se foi
Lá se foi buscando
A esperança que aqui já se foi
Nos jornais, manchetes, sensação
Reportagens, fotos, conclusão:
A lua foi alcançada afinal
Muito bem
Confesso que estou contente também
A mim me resta disso tudo uma tristeza só
Talvez não tenha mais luar
Pra clarear minha canção
O que será do verso sem luar?
O que será do mar
Da flor, do violão?
Tenho pensado tanto, mas nem sei
Poetas, seresteiros, namorados, correi
É chegada a hora de escrever e cantar
Talvez as derradeiras noites de luar
61987638
© Gege Edições Musicais
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
“A arte de Gilberto Gil”, Gilberto Gil, Polygram/Fontana 1985
“Elis Regina”, Polygram 1994
“Elis anos 60 – caixa 1”, Elis Regina, Universal Music 2012
“Elis Regina no fino da bossa vol. 2”, Elis Regina E Quinteto De Luiz Loy, Veleiro 1966
“Personalide”, Gillberto Gil, Novodisc Mídia Digital 2013
“Louvação”, Gilberto Gil, Polygram Music 1967
“Gilberto Gil – 2 Lados”, Gilberto Gil, Universal Music 2010
“A voz de”, Gilberto Gil, Polygram Music 1981
“Autografos de sucesos”, Gilberto Gil, Fontana/Polygram 1982
“Poetas Da MPB / Elis Regina”, Gilberto Gil, Globo Music 1997
“Serie sem limite – cd 1”, Gilberto Gil, Universal Music 2001
“Orquestra De Sopros Da Pro Arte E Flautistas Da Pro Arte”, Ituaçú – Gilberto Gil”, Geringonça Filmes 2012
“Passaporte”, Gilberto Gil, Universal Music 2006
“O Rancho do novo dia”, Os Cariocas, Philips 1981
“25 anos”, Trovadores Urbanos, Dabliu Produções Artisticas E Culturais 2015
“Recebi o impacto da notícia do pouso (suave, segundo as avaliações) do Lunik 9 na lua com orgulho e ponderação: estávamos conquistando o espaço, mas aonde isso ia dar? Não era só o cidadão que especulava, mas também o artista, com o senso da responsabilidade de ser locutor da sociedade junto à história. Eu tinha que falar no assunto por isso – e também pelo sentido de competição. Havia uma disputa olímpica entre nós. ‘Provavelmente alguém vai fazer música sobre isso; deixa eu fazer logo a minha’, pensei.
“Lunik 9 – uma suíte com vários andamentos e atmosferas, entremeada de narração, reflexões e advertências – é uma canção pretensiosa para o grau de informação que eu tinha a respeito, mas bacana também por isso: por vulgarizar, no sentido de divulgar, traduzir, em linguagem simples, um tema em princípio complexo. Nesse aspecto, é também apócrifa, em relação aos cânones da época – embora a bossa nova já tivesse dado a abertura para temas e termos (a Rolleiflex e outras coisas); e iniciática, em relação ao meu trabalho, do qual a questão do mistério do cosmos acabou se tornando uma linha mestra.
“Mas frente ao significado do que a motivou, Lunik 9 apresentava um contraponto conservador, uma atitude ecológico-reativa, um temor exagerado da tecnologia e de que se inaugurava a possibilidade de extinção do próprio luar – da luz interior da lua. À época eu gostei de tê-la feito, mas no período tropicalista eu já achava a música boba, ingênua. Hoje em dia acho relevante aquilo ter-me ocorrido: a inspiração nasceu de uma profunda assunção de um sentido trágico de meu tempo.
“Engraçado. No momento em que escrevi ‘a mim me resta disso tudo uma tristeza só’, era em Orlando Silva que eu pensava. Era a defesa parcial de um mundo – romântico – que eu identificava como o do Orlando Silva, símbolo e canto de um outro tempo ainda, anterior ao meu, à própria bossa nova.”
Ensaio Geral
Gilberto Gil
O Rancho do Novo Dia
O Cordão da Liberdade
E o Bloco da Mocidade
Vão sair no carnaval
É preciso ir à rua
Esperar pela passagem
É preciso ter coragem
E aplaudir o pessoal
O Rancho do Novo Dia
Vem com mais de mil pastoras
Todas elas detentoras
De um sorriso sem igual
O Cordão da Liberdade
Ensaiado com carinho
Pelo Zé Redemoinho
Pelo Chico Vendaval
Oh, que linda fantasia
Do Bloco da Mocidade
Colorida de ousadia
Costurada de amizade
Vai ser lindo ver o bloco
Desfilar pela cidade
Minha gente, vamos lá
Nossa turma vai sair
Nossa escola vai sambar
Vai cantar pra gente ouvir
Tá na hora, vamos lá
Carnaval é pra valer
Nossa turma é da verdade
E a verdade vai vencer
61347833
© Gege Edições Musicais
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Outras gravações:
“Songbook Gilberto Gil”, Chico Buarque, Lumiar
“II Festival MPB”, Elis Regina, Polygram
“Grandes compositores”, Pocho e sua orquestra, RGE
Maria (Me Perdoa, Maria)
Gilberto Gil
Maria
Me perdoe, Maria
Por não ver em seu riso
O sorriso das flores
E um céu todo azul
Maria
Me perdoe, Maria
Por só ver em seus olhos
A tristeza cinzenta
Das tardes sem sol
Maria
Não se zangue, Maria
E aprenda uma coisa
Uma coisa tão simples
Que vou lhe dizer
Nem todas as flores são flores
Nem toda beleza são cores
Você não sorri como a flor
Mas nem sei se na flor
Há o amor
Que existe em você
Maria
62838350
© Gege Edições Musicais
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produção – João Mello
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Outras gravações:
“Feito pra ouvir”, Emilio Santiago, Universal Music 2005
“O bloco da mocidade”, Gilberto Gil, Philis Music 1981
“Louvação”, Gilberto Gil, Polygram Music 1967
“Retirante”, Gilberto Gil, Discobertas 2010
“Maria Bethania ao vivo”, Maria Bethania, EMI Music 2003
“Brasil De A A Z – Maria Bethânia ao vivo”, Maria Bethânia, EMI Music 2002
“2 em 1”, Maria Bethânia, EMI Music 2003
A Rua
Gilberto Gil
Torquato Neto
Toda rua tem seu curso
Tem seu leito de água clara
Por onde passa a memória
Lembrando histórias de um tempo
Que não acaba
De uma rua, de uma rua
Eu lembro agora
Que o tempo, ninguém mais
Ninguém mais canta
Muito embora de cirandas
(Oi, de cirandas)
E de meninos correndo
Atrás de bandas
Atrás de bandas que passavam
Como o rio Parnaíba
Rio manso
Passava no fim da rua
E molhava seus lajedos
Onde a noite refletia
O brilho manso
O tempo claro da lua
Ê, São João, ê, Pacatuba
Ê, rua do Barrocão
Ê, Parnaíba passando
Separando a minha rua
Das outras, do Maranhão
De longe pensando nela
Meu coração de menino
Bate forte como um sino
Que anuncia procissão
Ê, minha rua, meu povo
Ê, gente que mal nasceu
Das Dores, que morreu cedo
Luzia, que se perdeu
Macapreto, Zé Velhinho
Esse menino crescido
Que tem o peito ferido
Anda vivo, não morreu
Ê, Pacatuba
Meu tempo de brincar já foi-se embora
Ê, Parnaíba
Passando pela rua até agora
Agora por aqui estou com vontade
E eu volto pra matar esta saudade
Ê, São João, ê, Pacatuba
Ê, rua do Barrocão
61347671
© Gege Edições Musicais / © Musiclave Editora Musical LTDA.
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Outras gravações:
“Colecionave Torquato Neto”, Gilberto Gil, Dubas 2001
“Gilberto Gil revisitando”, Gilberto gil, Philis 1981
“O ranho do novo dia”, Gilberto Gil, Philis 1981
“Louvação”, Gilberto Gil, Polygram 1967
“Por onde passa a memória lua”, Milena, Lua Produções 2011
Roda
Gilberto Gil
João Augusto
Meu povo, preste atenção
Na roda que eu te fiz
Quero mostrar a quem vem
Aquilo que o povo diz
Posso falar, pois eu sei
Eu tiro os outros por mim
Quando almoço, não janto
E quando canto é assim
Agora vou divertir
Agora vou começar
Quero ver quem vai sair
Quero ver quem vai ficar
Não é obrigado a me ouvir
Quem não quiser escutar
Quem tem dinheiro no mundo
Quanto mais tem, quer ganhar
E a gente que não tem nada
Fica pior do que está
Seu moço, tenha vergonha
Acabe a descaração
Deixe o dinheiro do pobre
E roube outro ladrão
Agora vou divertir
Agora vou prosseguir
Quero ver quem vai ficar
Quero ver quem vai sair
Não é obrigado a escutar
Quem não quiser me ouvir
Se morre o rico e o pobre
Enterre o rico e eu
Quero ver quem que separa
O pó do rico do meu
Se lá embaixo há igualdade
Aqui em cima há de haver
Quem quer ser mais do que é
Um dia há de sofrer
Agora vou divertir
Agora vou prosseguir
Quero ver quem vai ficar
Quero ver quem vai sair
Não é obrigado a escutar
Quem não quiser me ouvir
Seu moço, tenha cuidado
Com sua exploração
Se não lhe dou de presente
A sua cova no chão
Quero ver quem vai dizer
Quero ver quem vai mentir
Quero ver quem vai negar
Aquilo que eu disse aqui
Agora vou divertir
Agora vou terminar
Quero ver quem vai sair
Quero ver quem vai ficar
Não é obrigado a me ouvir
Quem não quiser escutar
Agora vou terminar
Agora vou discorrer
Quem sabe tudo e diz logo
Fica sem nada a dizer
Quero ver quem vai voltar
Quero ver quem vai fugir
Quero ver quem vai ficar
Quero ver quem vai trair
Por isso eu fecho essa roda
A roda que eu te fiz
A roda que é do povo
Onde se diz o que diz
60450738
© Gege Edições Musicais / © BMG Music Publishing Brasil LTDA.
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Rancho da Rosa Encarnada
Gilberto Gil
Torquato Neto
Geraldo Vandré
Vejam quantas coisas novas vamos contar
Nas cantigas mais antigas
Que o meu Rancho da Rosa Encarnada escolheu pra cantar
Pelas calçadas enfeitadas se vê
Tanta gente pra nos receber
Somos cantores
Cantamos as flores
Cantamos amores
Trazemos também
A notícia da grande alegria que vem
Pra durar mais que um dia
E ficar como antigas cantigas
Que não morrem
Que não passam jamais
Como passam sempre os carnavais
61347612
© Gege Edições Musicais / © Warner/Chappell Edições Musicais LTDA.
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Viramundo
Gilberto Gil
Capinan
Sou viramundo virado
Nas rondas da maravilha
Cortando a faca e facão
Os desatinos da vida
Gritando para assustar
A coragem da inimiga
Pulando pra não ser preso
Pelas cadeias da intriga
Prefiro ter toda a vida
A vida como inimiga
A ter na morte da vida
Minha sorte decidida
Sou viramundo virado
Pelo mundo do sertão
Mas inda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão
Virado será o mundo
E viramundo verão
O virador deste mundo
Astuto, mau e ladrão
Ser virado pelo mundo
Que virou com certidão
Ainda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão
61347590
© Gege Edições Musicais / © BMG Music Publishing Brasil LTDA.
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Mancada
Gilberto Gil
O dinheiro que eu lhe dei
Pro tamborim
Não vá gastar
Depois jogar a culpa em mim
O dinheiro que eu lhe dei
Não é meu, não
É da escola
Por favor, não mete a mão
Você lembra muito bem
No outro carnaval
Você chorou porque não pôde desfilar
A fantasia que eu mandei você comprar
Não ficou pronta porque o dinheiro que eu lhe dei
Pra costurar
Você (hum, hum)…
Eu nem vou dizer
Pra não lhe envergonhar
61347655
© Gege Edições Musicais
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Outras gravações:
“Adyel”, Adyel, Dabliu 2001
“Adyek Chic Da Silva”, Atração 2003
“Jose Victor Gottardi Ferreira”, Banda Sobrado 112 2007
“Beth Carvalho canta o samba da Bahia”, Beth Cararvalho e Gilberto Gil, BC Produções 2007
“A musica de Gilberto Gil”, Claudete Soares, Fontana/Polygram 1997
“A dona da bossa”, Claudette Soares, Discobertas 2011
“Gil, Chico E Veloso por Claudette”, Claudette Soares, Universal Music 2004
“A bossa sexy de Claudette Soares”, Claudette Soares, Universal Music 2006
“13th Montreux jazz festival”, Elis Regina, Warner Music 2015
“Dois gênios “, Caetano Veloso E Gilberto Gil, EMI Music 2004
“Elza Soares”, EMI Music 2003
“Elza, Miltinho e samba vol. 2 & Elza, carnaval e samba”, Elza Soares E Miltinho, EMI Music 2003
“Jogo de cintura”, Gabriel Improta, Kalimbra 2004
“Songbook Gilberto Gil 1”, Beth Carvalho e Geraldo Vespar, Lumiar 1992
“O bloco da mocidade”, Gilberto Gil, Philips 1981
“Louvação”, Gilberto Gil, Polygram Music 1967
“20 obras primas”, Gilberto Gil, Polygram Music 1967
“Gilbertos samba ao vivo”, Gilberto Gil, Sony Music 2014
“Feijoada – pure Brazil II”, Gilberto Gil, Universal Music 2005
“Grupo dose certa ao vivo”, Grupo Dose Certa, Sony Music 2016
“Amor até o fim”, Mauro Senise, Alma Brasileira Produções E Edições 2016
“Ituaçú – Gilberto Gil”, Orquestra De Sopros Da Pro Arte E Flautistas Da Pro Arte, Geringonça Filmes 2012
“Bossa de alma nova”, Roberto Menescal e Andrea Amorim, Bossa 58 Produções Artisticas 2013
“Azul”, Rosa Passos, Veleiro 2002
“A bossa é nova”, Wave Emsemble, Atração 2003
Água de Meninos
Gilberto Gil
Capinan
Na minha terra, Bahia
Entre o mar e a poesia
Tem um porto, Salvador
As ladeiras da cidade
Descem das nuvens pro mar
E num tempo que passou
Toda a cidade descia
Vinha pra feira comprar
Água de Meninos
Quero morar
Quero rede e tangerina
Quero peixe desse mar
Quero vento dessa praia
Quero azul, quero ficar
Com a moça que chegou
Vestida de rendas, ô
Vinda de Taperoá
Por cima da feira, as nuvens
Atrás da feira, a cidade
Na frente da feira, o mar
Atrás do mar, a marinha
Atrás da marinha, o moinho
Atrás do moinho, o governo
Que quis a feira acabar
Dentro da feira, o povo
Dentro do povo, a moça
Dentro da moça, a noiva
Vestida de rendas, ô
Abre a roda pra sambar
Moinho da Bahia queimou
Queimou, deixa queimar
Abre a roda pra sambar
A feira nem bem sabia
Se ia pro mar ou sumia
E nem o povo queria
Escolher outro lugar
Enquanto a feira não via
A hora de se mudar
Tocaram fogo na feira
Ah, me diga, minha sinhá
Pra onde correu o povo
Pra onde correu a moça
Vinda de Taperoá
Água de Meninos chorou
Caranguejo correu pra lama
Saveiro ficou na costa
A moringa rebentou
Dos olhos do barraqueiro
Muita água derramou
Água de Meninos acabou
Quem ficou foi a saudade
Da noiva dentro da moça
Vinda de Taperoá
Vestida de rendas, ô
Abre a roda pra sambar
Moinho da Bahia queimou
Queimou, deixa queimar
Abre a roda pra sambar
61347418
© Gege Edições Musicais / © Editora Musical Arlequim LTDA.
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
Outras gravações:
“Louvação”, Gilberto Gil, Polygram
“O cordão da liberdade”, Gilberto Gil, Philis 1981
Procissão
Gilberto Gil
Edy Star
Olha lá vai passando a procissão
Se arrastando que nem cobra pelo chão
As pessoas que nela vão passando
Acreditam nas coisas lá do céu
As mulheres cantando tiram versos
Os homens escutando tiram o chapéu
Eles vivem penando aqui na terra
Esperando o que Jesus prometeu
E Jesus prometeu vida melhor
Pra quem vive nesse mundo sem amor
Só depois de entregar o corpo ao chão
Só depois de morrer neste sertão
Eu também tô do lado de Jesus
Só que acho que ele se esqueceu
De dizer que na terra a gente tem
De arranjar um jeitinho pra viver
Muita gente se arvora a ser Deus
E promete tanta coisa pro sertão
Que vai dar um vestido pra Maria
E promete um roçado pro João
Entra ano, sai ano, e nada vem
Meu sertão continua ao deus-dará
Mas se existe Jesus no firmamento
Cá na terra isto tem que se acabar
60687215
© Gege Edições Musicais
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
arranjo – Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira
produzido por – João Mello
arranjo – Dory Caymmi
“A locação da música é em Ituaçu, minha cidade, no interior da Bahia, onde nos dias de festa religiosa as procissões passavam e eu, criança, olhava. Uma canção bem ao gosto do CPC, o Centro Popular de Cultura; solidária a uma interpretação marxista da religião, vista como ópio do povo e fator de alienação da realidade, segundo o materialismo dialético. A situação de abandono do homem do campo do Nordeste, a área mais carente do país: eu vinha de lá; logo, tinha um compromisso telúrico com aquilo.”
Minha Senhora
Gilberto Gil
Torquato Neto
Minha senhora
Onde é que você mora?
Em que parte desse mundo?
Em que cidade escondida?
Dizei-me, que sem demora
Lá também quero morar
Onde fica essa morada?
Em que reino, qual parada?
Dizei-me por qual estrada
É que eu devo caminhar
Minha senhora
Onde é que você mora?
Venho da beira da praia
Tantas prendas que eu lhe trago
Pulseira, sandália e saia
Sem saber como entregar
Quero chegar sem demora
Nesta cidade encantada
Dizei-me logo, senhora
Que essa chegança me agrada
Quero chegar sem demora
Nesta cidade encantada
Dizei-me logo, senhora
Que essa chegança me agrada
68528968
© Gege Edições Musicais / © Editora Musical Arlequim LTDA.
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
Outras gravações:
“Domingo”, Caetano Veloso e Gal Costa, Polygram Music 1989
“Songbook Gilberto Gil 3”, Francis Hime, Lumiar 1992
“Colecionave Torquato Neto”, Gal Costa, Dubas 2001
“O compositor e o interprete”, Gal Costa, Gal Costa 1981
“Gal Costa”, Polygram Music 1988
“Domingo – Caixa Caetano Veloso”, Gal Costa, Universal Music 2006
“Louvacao”, Gilberto Gil, Polygram Music 2010
“Retirante”, Gilberto Gil, Discobertas 2010
“Ituaçú – Gilberto Gil”, Orquestra De Sopros Da Pro Arte E Flautistas Da Pro Arte, Geringonça Filmes 2012
A Moreninha
Tom Zé
62535307
© Musiclave Editora Musical LTDA.
Ficha técnica da faixa:
voz e violão – Gilberto Gil
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