Músicas
Dança da água e da paz
Gilberto Gil
Lelo Nazário
Outras gravações:
“Z”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
[ para o balé Z, de Germaine Acogny ]
Dança das mulheres
Gilberto Gil
Rodolfo Stroeter
Outras gravações:
“Z”, Gilberto gil, Warner Music 2002
[ para o balé Z, de Germaine Acogny ]
Dança de Shiva
Gilberto Gil
Dança de Shiva
Repare a dança de Shiva
Enquanto a reta se curva
Cai chuva da nuvem de pó
Fraude do Thomas
Repare a fraude do Thomas
Os deuses todos em coma
Enquanto Exu não dá o nó
Nó se dá um só
Se dói de dó
Se mói na mó
Pulverizar
Se foi na avó
No neto irá
Não, não irá
Quiçá morrerão
Deuses em coma
Homens em vão
Pela ciência
Pela canção
Deuses do sim
Deuses do não
Quem me vir dançar
Verá que quem dança é Shiva
Quem dança, quem dança é Shiva
Quem me vir já não me verá
Verá no Thomas
Por trás da fraude do Thomas
Alguns verazes sintomas
De um passageiro mal-estar
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Dança dos homens
Gilberto Gil
Carlinhos Brown
Outras gravações:
“Z”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
Dandara, a flor do gravatá
Gilberto Gil
Waly Salomão
Dandara, Dandara, Dandara
Dando carinho, dor e flor, é dando
Dandara, Dandara, Dandara
É flor que brota em grota
Em greta, em grota, em gruta
Ingrata, o dedo espeta
E grita, berra, braba, forte, mata
Dandara
Bonita, bárbara, felina, flor do gravatá
Vibra o punhal de prata!
Vibra o punhal de prata!
Vibra o punhal de prata!
E ainda assim tão terna
Tão ternamente rara
A flor do gravatá
Medra na pedra
Na pedra se escancara
Dandara, Dandara, Dandara
Darlene Triste
Gilberto Gil
Outras gravações:
“CD you”, Heraldo Do Monte – viola nordestina, Eletrônica Digital 2001
“Viola nordestina”, Heraldo Do Monte, Kuarup
[ trilha do filme “Eu, Tu, Eles” ]
Das duas, uma
Gilberto Gil
Das duas, uma
Ou será pluma
Ou será pedra e pesará
Se forem hábeis e sábios e sãos
Serão amáveis e tempo terão
Pra fazer da vida a dois
Dois chumaços de algodão
E os frágeis cristais
Das aventuras
Encontrarão proteção e, quem sabe, quebrarão jamais.
Se porventura
A vida dura
Lhes for madrasta e voraz
Sejam capazes, audazes e bons
Façam das pazes noturnos bombons
E os percalços naturais
Farão parte da canção
Serão tropeços
E recomeços
Um a cada vez, cada mês
E vocês se acostumarão
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
De Bob Dylan a Bob Marley – um samba-provocação
Gilberto Gil
Fez um disco de reggae por compensação
Abandonava o povo de Israel
E a ele retornava pela contramão
Quando os povos d’África chegaram aqui
Não tinham liberdade de religião
Adotaram Senhor do Bonfim:
Tanto resistência, quanto rendição
Quando, hoje, alguns preferem condenar
O sincretismo e a miscigenação
Parece que o fazem por ignorar
Os modos caprichosos da paixão
Paixão, que habita o coração da natureza-mãe
E que desloca a história em suas mutações
Que explica o fato da Branca de Neve amar
Não a um, mas a todos os sete anões
Eu cá me ponho a meditar
Pela mania da compreensão
Ainda hoje andei tentando decifrar
Algo que li que estava escrito numa pichação
Que agora eu resolvi cantar
Neste samba em forma de refrão:
“Bob Marley morreu
Porque além de negro era judeu
Michael Jackson ainda resiste
Porque além de branco ficou triste”
De leve (Get Back)
Gilberto Gil
Mas sabia que era não
Saiu de Pelotas, foi atrás da hera
Trepadeira de verão
De leve
De leve
De leve, que é na contramão
De leve
De leve
De leve, que é na contramão
Sweet Loreta Martinica da cuíca
Muito garotão curtiu
Juram que viram Loreta de cueca
Dizem minas lá no Rio
De leve
De leve
De leve, que é na contramão
De leve
De leve
De leve, que é na contramão
[ Get Back, de John Lennon e Paul McCartney ]
De ouro e marfim
Gilberto Gil
Aqui estamos reunidos
À beira-mar
Nesta noite de ano-novo
Nesta festa de Iemanjá
Pra prestar nossa homenagem
De coração
Ao grão-mestre dessa ordem
Venerável da canção
Brasileiro de Almeida
De ouro e marfim
Curumim da mata virgem
Antonio Carlos Jobim
Ê, babá, ê, babá, ê
Antonio Carlos Jobim
Ê, babá, ê, babá, ê
Antonio Carlos Jobim
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Deixar você
Gilberto Gil
Deixar você
Ir
Não vai ser bom
Não vai ser
Bom pra você
Nem melhor pra mim
Pensar que é
Só
Deixar de ver
E acabou
Vai acabar muito pior
Pra que mentir
E
Fingir que o horizonte
Termina ali defronte
E a ponte acaba aqui?
Vamos seguir
Reinventar o espaço
Juntos manter o passo
Não ter cansaço
Não crer no fim
O fim do amor
Oh, não
Alguma dor
Talvez sim
Que a luz nasce na escuridão
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Songbook Gilberto Gil”, Angela Rô Rô, Lumiar
“MPB Collection – Gilberto Gil”, Arthur Moreira Lima, Sony Music
“On the road again – MPB”, Edmon, Polygram Music
“Meu bem querer”, Hannah Lima, Abril Music
“É com esse que eu vou”, Karla Sabah, LGK Music
“Ney Matogrosso”, Ney Matogrosso, Ariola
“Brazil night 1983 in Montreaux”, Ney Matogrosso, Universal
“Rosana”, Rosana, Natasha
“Alexandre pires – DNA musical”, Alexandre Pires, Som Livre 2016
“Cada tempo em seu lugar”, Cacala Carvalho e João Braga, Mills Records 2012
“Piano e voz”, Cesar Camargo Mariano & Pedro Mariano, Trama 2006
“On the road again – MPB”, Edmon, Polygram Music 1994
“Luar”, Gilberto Gil, Polygram Music 1998
“O seu amor”, Gilberto Gil, Universal Music 2004
“Um banda um”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“A gente pecisa ver o luar”, Gilberto Gil 1990
“Gil + 10”, Gilberto Gil & Mart’nália, Som Livre 2011
Grupo Tom da Terra, Paulinas-comep 2000
“Intuitiva”, Hannah Lima, Abril Multimidia 1999
“Meu bem querer”, Hannah Lima, Abril Multimidia 2000
“É com esse que eu vou (drum ‘n bossa 2)”, Karka Sabah, LGK Music
“Duplo MPB – cd2”, Karla Sabah, LGK Music Produções Artísticas 2014
“É com esse que eu vou”, Karla Sabah, LGK Music Produções Artísticas 2011
“Para Gil e Caetano””, Margaret Menezes, Canal Brazil s/a 2014
“Brazil night 1983 in Montreaux”, Ney Matogrosso 2008
“Rosa passos ao vivo em carmelo”, “Rosa Passos, Biscoito Fino 2015
“Vende peixe-se”, Rosana, Natasha 1997
Deixei recado
Gilberto Gil
João Donato
Falei do fogo
Falei da dor
Agora calo
Calço o chinelo
Reparo a flor
Batuqueiro, ê
Bate o couro, ê
Bate, bate com paixão
Com paixão por sim
Com paixão por não
Bate, bate, coração
Andei correndo
Andei sofrendo
Andei demais
Agora deito
Olho pro teto
Penso na paz
Batuqueiro, ê
Bate o couro, ê
Bate, bate com paixão
Com paixão por sim
Com paixão por não
Bate, bate, coração
Passei da conta
Passei da porta
Passei por lá
Deixei recado
Voltei cansado
Vou descansar
Outras gravações:
“Lugar comum”, João Donato, Dubas
“Millennium”, João Donato, Universal Music 2001
“Tropique 4”, João Donato 2007
Desafio do lixo
Gilberto Gil
as caixas de isopor
onde diabos vamos pôr
as nossas caixas de isopor
como nos livrar
das plásticas palavras
ditas á mesa do bar
palavras que vão dar no mar
poluir é ir juntando o que restade nós
após as refeições
nossos retos mortais
venenosas ilusões
milhões de garrafas vazias
cheias de alergias e aflições
onde vamos pôr
as caixas de isopor
a vida de mentira
a ira, do desamor
temos que encontrar o lugar
no deserto aberto
em nossos corações
Despedida de solteira
Gilberto Gil
Perguntei-lhe se haveria despedida de solteira
Ela me disse que a principio não
Pelo visto não
Certamente não
Porque não, eu insisti em perguntar
Ela disse que eu devia já estar pensando em besteira
Eu disse a ela que a princípio não
Pelo visto não
Certamente não
E assim nossa prosa prosseguiria
O assunto era instigante, o horizonte promissor
Excitante para um cabra tão galante
Intrigante para uma cabrita em flor
Tanta coisa que ali se discutia
Fidelidade, virgindade, orientação sexual
No final ela admitiria que faria
A despedida de solteira e coisa e tal
Festa na qual eu por sinal
Não entraria não
Nem eu nem qualquer um outro varão
Nossa cabrita, tão catita, tão bonita
Depois de tanta desdita havia feito uma opção
Se casaria com outra linda cabrita, hah!
Que até bem pouco namorara o meu irmão
O pau de arara do meu pai o que diria disso
Que ela me disse, disso que ela me disse…
Dinamarca
Gilberto Gil
Milton Nascimento
Homem tão do mar
Do mar amar, como a um irmão
Capitão do mar
Homem tão do mar
Lembres que o mar também tem coração
Saudades, sim
O mar tem de ti
O mar triste e só
Depois do dia em que tu partistes, ó
Saudades, sim
o nórdico mar
Mar dinamarquês
Pede que venhas navegá-lo outra vez
Capitão do mar
Terás que voltar
Terás que vir uma vez mais
Nova embarcação,
Nova encarnação,
Nova canção, novo amor, novo cais
O mar e nós
Amigos fiéis
Amigos leais
Aqui a esperar teus novos sinais
O mar e nós
O norte, os confins
A barca, os canais
A Dinamarca e os seus carmins boreais
Outras gravações:
“Um gosto de sol”, Equale, Albatroz
“RAF”, Gilberto Gil & Milton Nascimento, Eletrônica Digital 2001
“Projeto especial Boticario”, Gilberto Gil & Milton Nascimento, Warner Music 2002
“Trilha sonora da novela Porto Dos Milagres”, Gilberto Gil e Milton Nascimento, Sigla 2001
Divino, maravilhoso
Gilberto Gil
Caetano Veloso
Ao dobrar uma esquina
Uma alegria
Atenção, menina
Você vem?
Quantos anos você tem?
Atenção
Precisa ter olhos firmes
Pra este sol
Para esta escuridão
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino, maravilhoso
Atenção para o refrão:
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte
Atenção
Para a estrofe, pro refrão
Pro palavrão
Para a palavra de ordem
Atenção
Para o samba-exaltação
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino, maravilhoso
Atenção para o refrão:
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte
Atenção
Para as janelas no alto
Atenção
Ao pisar o asfalto, o mangue
Atenção
Para o sangue sobre o chão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte
Outras gravações:
“Páginas do mar”, Daniela Mercury, BMG
“Gal Costa”, Gal Costa, Philips
“Ensaio”, Gal Costa, Trama
“Graganta Profunda”, Graganta Profunda, CID
“Songbook Gilberto Gil”, Leila Pinheiro e Victor Biglioni, Lumiar
“Vange Leonel”, Vange Leonel, Sony Music
“DVD clipes Caetano Veloso”, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, Universal Music 2012
“50 anos da música brasileira”, Chicas, Biscoito Fino 2011
“Em tempo de crise nasceu a canção”, Chicas, Biscoito Fino 2009
Daniela Mercury, BMG 2004
“Nua voz Credicard”, Daniela Mercury, Paginas Do Mar 2004
“Classica”, Daniela Mercury, Paginas Do Mar 2005
“Acústico – Daniela Mercury”, Daniela Mercury, Paginas Do Mar 2005
“A música de Gilberto Gil”, Gal Costa, Fontana/Polygram 1977
“T.s. Os Dias Eram Assim”, Gal Costa, Som Livre 2017
“O cordão da liberdade”, Gal Costa, Philips 1981
“Best of tropicalia”, Gal Costa, Polygram Music 1981
“20 grandes sucessos da tropicalia”, Gal Costa, Polygram Music 1999
“A arte de Gal Costa”, Gal Costa, Polygram Music 1988
“Gal costa”, Gal Costa, Polysom Comércio 2014
“O melhor dos festivais – cd 1”, Gal Costa, Sigla 2004
“Do tropicalismo aos dias de hoje”, Gal Costa, Trama 2007
“Ensaio”, Gal Costa, Trama 2006
“Festivais – millennium 2004”, Gal Costa, Universal Music 2004
“Serie gold II / tropicalia”, Gal Costa, Universal Music 2002
“Gal cantando Caetano”, Gal Costa, Universal Music 2005
“Tropicália – millennium”, Gal Costa, Universal Music 2004
“A era dos festivais – cd 1”, Gal Costa, Universal Music 2003
“Prepare seu coração (geração editorial) – solano ribeiro”, Gal Costa, Universal Music 2002
“Divino maravilhoso – {cd 1}”, Gal Costa, Universal Music 2005
“Recanto ao vivo”, Gal Costa, Universal Music 2012
“Gilberto Gil – 2 lados”, Gal Costa, Universal Music 2010
“Lugar comum”, Gal Costa, Universal Music 2008
“Trilha sonora do filme Tropicália”, Gal Costa, Universal Music 2011
“Caetano Veloso e Gal Costa – domingo – jewel case”, Gal Costa, Universal Music 2010
“Ensaio”, Gal Costa – citação na faixa Tropicália, Trama 2005
“Georgeana bonow 2013”, Georgeana Bonow, Bossa 58 Produções Artisticas/ABM 2013
“Tropicalidades”, Georgeana Bonow, ROB Digital 2015
“Songbook Gilberto Gil vol. 2”, Leila Pinheiro e Victor Biglioni 1992
“Inclassificaveis, Ney Matogrosso, EMI 2008
Do Japão
Gilberto Gil
Quero uma máquina de filmar sonhos
Pra registrar nas noites de verão
Meu corpo astral leve, feliz, risonho
Voando alto como um gavião
Que filme dentro de minha cabeça
Todo pensamento raro que eu mereça
Toda ilusão a cores que apareça
Toda beleza de sonhar em vão
Do Japão
Quero também um trem-bala-de-coco
Pra atravessar túneis do dissabor
Quero um microcomputador barroco
Que seja louco e desprograme a dor
Visitar um templo zen-desbundista
Conversar com um samurai futurista
Que me dê pistas sobre o sol-nascente
Que me oriente sobre o novo amor
Do Japão
Quero uma gueixa que em poucos minutos
Da minha queixa faça uma paixão
Descubra novos sentimentos brutos
E, enfeitiçada, tome um avião
E a gente vá viver num outro mundo
Pra lá do Terceiro ou Quarto ou Quinto Mundo
Onde a rainha seja uma açucena
E a divindade, a pena do pavão
Dó-ré-mi
Gilberto Gil
Ré ré recoste o rostinho
Mi mi minhalma te embala
Fá fá falando baixinho
Sol sol de minha vida
Lá lá lá vem o luar
Si si se você não adormecer
Belas coisas não irá sonhar
Dó – dormir
Ré – relembrar
Mi – milhões de beijos, muitos anjos a cantar
Fá – farão você cair do céu
Sol – soltando os braços para me encontrar
Si – se você não adormecer
Coisas tão belas não irá sonhar
Doce de carnaval (Candy all)
Gilberto Gil
Pra que eu fosse batizado
Na religião pagã do carnaval
Eu pedi que mãe me desse um doce
Pra que o batizado fosse
Mais gostoso do que o batizado com sal
Eu tive uma febre aquele dia
De alegria, de euforia, de prazer de viver
E coisa e tal
Pai me trouxe, mãe me deu um doce
Fosse lá qual fosse o doce
Nunca, nunca, nunca mais fiquei normal
Nunca, nunca, nunca, nunca, nunca
Nunca mais perdi o gôsto do doce de carnaval
Nunca, nunca, nunca, nunca, nunca
Nunca mais perdi o bloco que desce do Candeal
Fui batizado com doce
Doce no lugar do sal
Papapai cedo me trouxe
Pra brincar o carnaval
Mamamãe me deu um doce
Doce com mel e etcetera
Com mel etcetera e tal
Ô ô ô
Ô ô ô
Ô ô ô
Do Candeal eu sou
Pro carnaval eu vou
Doente, morena
Gilberto Gil
Duda Machado
Leva a chave
Me deixa trancado
O dia inteiro
Não ligo
Deito sobre os trilhos
E vejo o trem passar
Entre brinquedos, cigarros
O Tesouro da Juventude
Em não sei quantos volumes
E quando canto
Deixo a imaginação voar
Mas ontem à noite
A mão sobre meus cabelos
Ela me disse:
“Meu bem, não tenha medo
No verão que vem
Nós vamos à praia”
Doida por uma folia
Gilberto Gil
Mania de festa
Quando me falta alegria
O dia não presta
A noite protesta
E a vida se afasta de toda magia
Toda magia, ô
Toda magia
Dona do meu nariz chato
Do meu prato cheio
Quando desato o sapato
Descalço o receio
Começa o recreio
No meio da roda de samba, mulato
Samba, mulato, ô
Samba, mulato
Gandaia, gandaia, gandaiaiá
Recreio, recreio, recreioiô
Folia, folia, foliaiá
Só creio, só creio no meu tambor
No meu batuque, no meu fuzuê
No meu amor por você
No meu amor por você
No meu amor
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Outras gravações:
“Cordas vocais”, Andrea Montezuma e Jorjão Carvalho
“A voz do bandolim”, Armandinho, Vison
“Banda de Boca”, Banda de Boca, Atração
“Céu da Boca”, Céu da Boca, Polygram
“Claudya e Zimbo Trio”, Claudya e Zimbo Trio, Movieplay
“Cynara & Cybele”, Cynara & Cybele, CBS
“Atenciosamente”, Duofel, Trama
“Minha voz”, Gal Costa, Philips
“Gaya e Rogério Duprat”, Gaya e Rogério Duprat, Philips
“Nova série”, Golden Boys, Warner Music
“Rastapé”, Rastapé, EMI Music
“Grupo Sensação”, Grupo Sensação, Warner
“Songbook Gilberto Gil”, Hermeto Pascoal e Margareth Menezes, Lumiar Music
“Margareth Menezes”, Margareth Menezes, Natasha
“A arte de Os Mutantes”, Os Mutantes, Universal Music
“Os Solistas”, Os Solistas, Fermata
“Reginaldo Rossi”, Reginaldo Rossi, Chantecler
“Rita Lee ao vivo”, Rita Lee, Biscoito Fino
“A banda tropicalista do Duprat”, Rogério Duprat, Universal Music
“Titulares do Ritmo”, Titulares do Ritmo, RGE
“Juventude 2000”, Wilson das Neves e seu conjunto, EMI Music
“Zimbo Trio”, Zimbo Trio, RGE
Domingou
Gilberto Gil
Torquato Neto
Como nunca jamais se iluminou
São três horas da tarde, é domingo
Na cidade, no Cristo Redentor – ê, ê
É domingo no trolley que passa – ê, ê
É domingo na moça e na praça – ê, ê
É domingo, ê, ê, domingou, meu amor
Hoje é dia de feira, é domingo
Quanto custa hoje em dia o feijão
São três horas da tarde, é domingo
Em Ipanema e no meu coração – ê, ê
É domingo no Vietnã – ê, ê
Na Austrália, em Itapuã – ê, ê
É domingo, ê, ê, domingou, meu amor
Quem tiver coração mais aflito
Quem quiser encontrar seu amor
Dê uma volta na praça do Lido
O-skindô, o-skindô, o-skindô-lelê
Quem quiser procurar residência
Quem está noivo e já pensa em casar
Pode olhar o jornal paciência
Tra-lá-lá, tra-lá-lá, ê, ê
O jornal de manhã chega cedo
Mas não traz o que eu quero saber
As notícias que leio conheço
Já sabia antes mesmo de ler – ê, ê
Qual o filme que você quer ver – ê, ê
Que saudade, preciso esquecer – ê, ê
É domingo, ê, ê, domingou, meu amor
Olha a rua, meu bem, meu benzinho
Tanta gente que vai e que vem
São três horas da tarde, é domingo
Vamos dar um passeio também – ê, ê
O bondinho viaja tão lento – ê, ê
Olha o tempo passando, olha o tempo – ê, ê
É domingo, outra vez domingou, meu amor
Outras gravações:
“Gil, Chico e Veloso por Claudette Soares”, Claudette Soares, Universal Music
“Personalidade – Gilberto Gil”, Gilberto Gil, Novodisc Mídia Digital 2013
“Gilberto Gil”, Gilberto Gil, Polygram 1998
“20 grandes sucessos da tropicalia”, Gilberto Gil, Polygram 1999
“1968”, Gilberto Gil, Universal Music 1982
“Gilberto Gil e Claudete Soares”, Polygram 1968
Dona desta canção
Gilberto Gil
Dona desta canção
Dona do meu coração
Só você pode me dar
Asas
Asas da imensidão
Asas da imaginação
Pro meu coração voar
Pássaro vou
Fim de cada ilusão
Buscar o meu ninho em ti
Toda manhã
Novamente voar
Nova ilusão
Dono do pedaço
Gilberto Gil
Waly Salomão
Antonio Cicero
Não sou tatu, não
Não sou nem do mato
Quando eu ganho a rua
Eu ganho corpo
Nada eu acho chato
Gingo, tiro chinfra
Dono do pedaço
Escrevo e driblo amor e dor
Soberano, traço
Quem eu quero, eu sei ser
Quadro, giz e apagador
Eu e meus amigos
Temos nesta vida
Poderosos aliados
Cor, calor, sabor da rua
E de repente
Um coração que eu já fiz
Que eu já fiz
Tão feliz
Dos pés à cabeça
Gilberto Gil
Meu corpo, onde estão os meus pés
Meus pés, onde está o chão
Ou então
Onde a cabeça
Com seu pensar em vão
Eu estou onde tudo esteja
Ou seja
Onde quer que esteja em mim
O céu, o chão, o não, o sim
A vontade de Deus
O meu corpo todo, eu acho
Vale quanto pesa e sente
Como pensa e é imenso
Como deve ser o vôo
Da terra pra lua
E a noite da lua
E a imensa viagem do dia do sol
E a continuação da imensidão
Pelo corredor da enfermaria
Daquele lugar aonde eu ia
Visitar meu namorado internado
Dado por louco
Por pouco, pouco, muito pouco
Pouco mesmo
Drão
Gilberto Gil
O amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer!
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura
Drão
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se, infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer!
Nossa caminha dura
Cama de tatame
Pela vida afora
Drão
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há
De haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão!
Morrenasce, trigo
Vivemorre, pão
Drão
“Há canções de maturação, que começam por uma pílula de criação – por uma gota que colore a água no jarro e vai decantando; um dia você pega aquele precipitado lá no fundo e trabalha nele. É um modo; Expresso 2222, por exemplo, foi feita assim. Mas há canções que demandam esforço concentrado por considerável período de tempo de realização intensiva. Drão está entre essas.
“Sua criação apresentou altos graus de dificuldade porque ela lidava com um assunto denso – o amor e o desamor, o rompimento, o final de um casamento; porque era uma canção para Sandra [apelidada Drão – daí o título da música] – e para mim. ‘Como é que eu vou passar tanta coisa numa canção só?’, eu me perguntava. Além disso, havia a exigência de excelência, de que o versar tivesse capricho. Então demorou dias e dias de trabalho.
“Eu me lembro de estar sentado no chão, anotando frases no caderno, com o violão do lado, e de repente sentir o sufoco do coágulo da criação, e ao mesmo tempo a iminência da explosão da via criativa, e não aguentar, saindo dali e indo para o quarto me deitar e deixar, então, aquele coágulo se dissolver, criando filetes que se encaminhavam pra aqui e pra ali… Aí o cérebro e o coração entumeciam, algumas idéias fluíam, e dois, três ou quatro versos saíam. Satisfeito, eu fechava o caderno e ia embora cuidar da vida. Saía, passava o dia fazendo outras coisas, chegava de noite eu retomava; ficava a madrugada toda de novo.
“Outra exigência que eu me colocava era de não me precipitar. Eu queria que o fazer, a prática, o empirismo da realização fossem observados pelo meu ser ali à distância: eu tinha que contemplar o feitio da canção. Ao lado do esforço, da tensão concentrada, tinha que haver a descontração, o relaxamento concentrado – as duas coisas, e todas essas exigências sobrepostas determinando o modo de compor a canção.
“Fazer música é uma loucura quando você se coloca tantos problemas.”
Outras gravações:
“A voz do bandolim”, Armandinho, Vison
“MPB collection”, Arthur Moreira Lima, Sony Music
“Prenda minha ao vivo”, Caetano Veloso, Universal Music
“Melody sax”, Chico Costa, Seven Music
“Diana Pequeno”, Diana Pequeno, RCA
“Songbook Gilberto Gil”, Djavan, Lumiar
“Caixinha brasileira”, Vários, Angel Records
“Sucessos de barzinho”, Jura Figueredo, Continental
“Maria Gabriela”, Maria Gabriela, Opus
“Barzinho Brasil”, Melquiades, Ultra Disc
“Música ambiente”, Orquestra Albatroz, Albatroz
“Projeto especial radio musical FM/SP”, Warner Music 1995
“Caetano canta vol. III”, Caetano Veloso, Globo-Universal 2002
“Muito romântico”, Cetano Veloso, Universal Music 2008
“Serie sem limite – cd 1”, Caetano Veloso, Universal Music 2001
“Amor i love you 2”, Caetano Veloso, Universal Music 2003
“Dois amigos, um século de música”, Caetano veloso & Gilberto Gil, Sony Music 2015
“Angel records”, Caixinha de música
“Melody sax – vol. 1”, Chico Costa, Musisom Cinthya Cordeiro Magalháes
“Djavan – minha história”, Djavan, Som Livre 2010
“Tributo MPB”, Som Livre 2013
“Perfil”, Djavan, Som Livre 2006
“Box Djavan”, Djvan, Sony Music 2013
“Luar”, Gilberto Gil, Abril-musiclub 1998
“Gaudi editora”, Gilberto Gil, Revista Jam Musical 1997
“Banda larga ao vivo em São Paulo”, Gilberto Gil, Gege Produções Artísticas 2008
“Perfil”, Gilberto Gil, Sigla 2005
“MPB FM”, Gilberto Gil, Trama 2001
“Eletracústico”, Gilberto Gil, Warner Music 2004
“Um banda um”, Gilberto Gil, Warner Music 1990
“Grandes mestres da MPB”, Gilberto Gil, Warner Music 1997
“Musica”, Gilberto Gil, Warner Music 1998
“Veja esta canção”, Gilberto Gil, Warner Music 1994
“Projeto especial revista Veja”, Gilberto Gil, Warner Music 2001
“Unplugged”, Gilberto Gil, Warner Music 1994
“Enciclopedia musical brasileira”, Gilberto Gil, Warner Music 1999
“Prata da casa”, Gilberto Gil, Warner Music 2001
“Acoustic”, Gilberto Gil, Warner Music 2001
“Música romantica brasileira”, Gilberto Gil, Warner Music 2008
“Projeto especial laboratorio Knoll”, Gilberto Gil, Warner Music 1996
“Projeto especial MPB Boticario”, Gilberto Gil, Warner Music 1998
“Projeto especial Natura”, Gilberto Gil, Warner Music 1996
“Re”, Gilberto Gil, Warner Music 1984
“Nova série”, Gilberto Gil, Warner Music 2007
“A gente precisa ver o luar”, Gilberto Gil, Warner Music 1990
Glaucia Nasser De Oliveira, Glaucia Nasser 2006
“Caixinha brasileira”, Instrumental, Angel Records
“Ivete, Gil e caetano”, Ivete Sangalo, Gilberto Gil e Caetano Veloso, Universal Music 2012
“Sucessos de barzinho”, Jura Figueiredo, Continental 2000
“Aliás”, Lucila Manzoli, Lucila Manzoli 2013
“The Voice Brasil”, Lui Medeiros, Universal Music 2014
“The Voice Kids – batalhas”, Luiza Prochet, Luna Maria e Tabatha Almeida, Universal Music 2016
“Amor até o fim”, Mauro Senise, Alma Brasileira Produções e Edições 2016
“Brazinho Brasil – vol. 2”, Melquiades, Ultra Disc 2007
“Pão e poesia”, Olga Ribeiro, Plural/Outubro 1997
“Musica ambiente 2 – instrumental”, Orquestra Albatroz 2002
“Luau 3”, Rafael Greyck, JVR Produções
E Edições Musicais E Artís 2008
Duas sanfonas
Gilberto Gil
Milton Nascimento
É tanta volta que dá
Que sem esforço, nem nada
Vou descobrindo o que há
Velhas notas, canções novas
Vão renascendo meninas,
Vão renascendo meninos
pra garotada cantar
Quebram barreiras de idade
Juntam as vozes do povo
Trazem a felicidade
Haja alegria ou saudade
Dançam bem juntos, sozinhos
Vão espalhando carinho
Os sons são todos tão seus
Como um presente de Deus
Salve o sol dessas sanfonas
Que pra essa vida empurrou
A mim e a meu companheiro
Que o destino juntou
Duelo do garfo e da faca
Gilberto Gil
Outras gravações:
“Brasil ano 2000”, vários, Universal
[ para o filme Brasil, Ano 2000, de Walter Lima Jr.
Duplo sentido
Gilberto Gil
Vim de casa porque estava insuportável pensar
Dessa esquina pelo menos posso perceber o duplo sentido
O duplo sentido do tráfego e não me incomodar
Dessa esquina pelo menos posso ver o movimento dos carros
Vim de casa porque estava insuportável falar
Por telefone (tão distante) com pessoas que eu não posso ver
Por telefone com pessoas que eu não posso pegar
Dessa esquina pelo menos posso perceber
O duplo sentido de tudo
Em todos que vão a diversos lugares
Primeiros, terceiros, oitavos andares
Vigésimos modos de andar
Dessa esquina pelo menos posso perceber
O duplo sentido de tudo
Na falta de unanimidade
Uns vêm pra cidade como eu
Outros voltam correndo pro lar
Vim de casa porque estava insuportável pensar
Na saudade, na saúde, na fé
Dessa esquina pelo menos posso ver como é
E não me incomodar
O duplo sentido na rua é tão claro
Não há que duvidar
O duplo sentido na rua é tão claro
O apito do guarda é que dá
Outras gravações:
“Tete da Bahia”, Tete da Bahia, Continental
“Cidade do salvador – cd 2”, Gilberto Gil, Polygram 1998
“Umeboshi – ao vivo, 1973”, Gilberto Gil, Discobertas 2017
“Continental”, Tete da Bahia
“Dois gênios – Caetano Veloso e Gilberto Gil”, Tete da Bahia, Warner Music 2009