Músicas
It’s good to be alive
Gilberto Gil
I’ll better stay, no matter how long
Until it finally comes, the day
I hear inside the sound of the gong
Then now I’ll certainly give away
Oh, give away
My possessions
All my passions
All my songs
And once I got my freedom I’ll go
I’ll better go no matter how far
And definitely I’ll wait till I know
Nowhere else I could get with my car
Then now I’ll be stuck again with my show
Oh, with my show
Back here
In Bahia
Or in a star
To be alive is good
Good enough, baby, just to be alive
To sing a song is good
Good enough, baby, just to sing a song
Iniciática
Gilberto Gil
Quando a gente num segundo
Ouvindo Nana cantando, se fia
Muda de plano prum plano pleno de felicidade
Bahia
Iniciática
Quando toda aquela gente
Reparou que de repente chovia
Trio elétrico tocando Chuva, Suor e Cerveja
Bahia
Iniciática
Porto da Barra
Caravela, amanhecendo o dia
Primeiro do tempo do que veio a ser você
Bahia
O que veio a ser você
Nascer aqui
Neste lugar do Plano
Inclinado a dar início
A um movimento regular
De descida e subida
Dos homens da cidade
Adormecida
do Salvador
Índigo blue
Gilberto Gil
Índigo blusão
Índigo blue, índigo blue
Índigo blusão
Sob o blusão, sob a blusa
Nas encostas lisas do monte do peito
Dedos alegres e afoitos
Se apressam em busca do pico do peito
De onde os efeitos gozosos
Das ondas de prazer se propagarão
Por toda essa terra amiga
Desde a serra da barriga
Às grutas do coração
Índigo blue, índigo blue
Índigo blusão
Índigo blue, índigo blue
Índigo blusão
Sob o blusão e a camisa
Os músculos másculos dizem respeito
A quem por direito carrega
Essa Terra nos ombros com todo o respeito
E a deposita a cada dia
Num leito de nuvens suspenso no céu
Tornando-se seu abrigo
Seu guardião, seu amigo
Seu amante fiel
Gravações
Gilberto Gil – Raça Humana, 1984 – Warner Music
Erasmo Carlos – Buraco Negro, 1984 – Universal Music
Comentário*
Fiz essa música em Brasília. É sobre um ícone da juventude. A letra lembra um desses videoclipes de casais jovens em dunas de areias e lugares assim, da natureza, fazendo uma analogia poética entre o mundo físico e o mundo dos sentidos humanos, da sensualidade; entre a paisagem e a juventude, a idade das paixões, tendo como símbolo básico o jeans, o índigo blue (razão por que eu mais tarde permiti que a canção acabasse sendo usada num comercial do Moinho Santista).
A canção nasceu inicialmente do meu gosto pela palavra ‘índigo’ e por causa de o tecido, de padrão internacional, inventado pelo Lévi-Strauss, ser industrialmente conhecido pela expressão ‘índigo blue’. Associei então as três coisas: ‘blue’, de ‘índigo blue’; ‘blues’, o gênero musical (e de fato a música é mais um blues do que um reggae, ritmo em que ela foi gravada por mim); e blusão, a vestimenta e também ‘o grande blues’, isto é, o aumentativo de ‘blues’.
A letra da música dedica uma estrofe para a mulher e outra para o homem. Na primeira, em que faço a citação – à Serra da Barriga – de um lugar real, concreto, da Terra, esta é aproveitada como uma metáfora para o corpo da mulher, explorado pelas mãos do amante. Na segunda, eu exploro o amor pela própria Terra como berço; pelo corpo inteiro do planeta suspenso no cosmos.
*Extraído do livro Todas as Letras – Gilberto Gil
Ilha da ilusão
Gilberto Gil
Desejo que vem do mar
Que há dentro de mim
O mar, ondas fortes de emoção
Que me levam o coração
A cantar assim
União das águas, dos ventos
De mil elementos
Da esfera do sonho e da paixão
União total
Da terra, dos mares, dos povos
Dos jogos de amores
União da ilha da ilusão
Do meu carnaval
E as cores tão matizadas
Fantasias tão bem humoradas
Não vi, não
Tambores na madrugada
Sacudindo corpos tão alegres
Não vi, não
As dores são as dores comuns
As flores são de papel crepom
Como é bom
Como é bom
Como é bom
Que o teu samba prossiga selvagem
Com bambus, samambaias e praias de luz
Uma ilha que pede passagem
Gravação
Pery Ribeiro – Pery, 1991 – Polygram Music
Iemanjá
Gilberto Gil
Othon Bastos
Iemanjá – só se vê mar
Mulher tá na praia, homem tá no mar
Mulher tá rezando pro homem voltar
Mané foi pra pesca pescar pra viver
Peixe bom pra comida
Peixe bom pra vender
Iemanjá – só se vê mar
Iemanjá – só se vê mar
Mulher tá rezando, já passou da hora
Mulher tá chorando, meu deus, que demora
Iemanjá tá querendo ficar com Mané
Iemanjá é rainha
É bonita, é mulher
Iemanjá – só se vê mar
Iemanjá – só se vê mar
Não foi desta vez, desta vez não será
Lá vem a jangada chegando do mar
Trouxe pouca pesca, mas Mané voltou
Salve Nossa Senhora
Salve Nosso Senhor
Iemanjá – só se vê mar
Iemanjá – só se vê mar
Iansã
Gilberto Gil
Caetano Veloso
Senhora do mundo
Dentro de mim
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Tempo bom, tempo ruim
Senhora das chuvas de junho
Senhora de tudo
Dentro de mim
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Tempo bom, tempo ruim
Eu sou um céu
Para as tuas tempestades
Um céu partido ao meio no meio da tarde
Eu sou um céu
Para as tuas tempestades
Deusa pagã dos relâmpagos
Das chuvas de todo ano
Dentro de mim
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Tempo bom, tempo ruim
Gravações
Maria Bethânia – Drama, 1972 – Philips
Gilberto Gil – Cidade do Salvador, 1999 – Universal
Zé Mauricio – Toques de umbanda, 1999 – Dubas Music
Rita Ribeiro – Tecnomacumba, 2006 – Biscoito Fino
Juliana de Oliveira Gomes – Juju Gomes, 2008
Alice Caymmi – Rainha dos Raios, 2015 – Universal Music/ Rosa dos Ventos Produções Artísticas
Mariene de Castro – 26 Prêmio da Música Brasileira, 2015 – Biscoito Fino
Gilberto Gil – Umeboshi – ao vivo, 1973, 2017 – Discobertas
Gilberto Gil – Gilberto Gil ao vivo – USP (1973), 2017 – Discobertas