Músicas
Amor de carnaval
Gilberto Gil
Por causa de um amor qualquer
Minha dor tem que acabar
No carnaval, se Deus quiser
Faz um ano deste amor
Esperei até cansar
Carnaval me trouxe a dor
Carnaval tem que levar
outro título: “Decisão”
Gravação original:
Retirante, Gilberto Gil – 1961
Outras gravações:
Banda Larga Cordel, Gilberto Gil – 2008
“Retirante”, Gilberto Gil, Discobertas – 2010
“Salvador, 1961 – 1963”, Gilberto Gil, Warner Music – 2002
“Carnaval eletrônico”, Daniela Mercury, BMG
“Eu sou o samba”, Elizeth Cardoso, Copacabana
“Zimbo Trio”, Zimbo Trio, RGE
Andar com fé
Gilberto Gil
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Que a fé tá na mulher
A fé tá na cobra coral
Ô-ô
Num pedaço de pão
A fé tá na maré
Na lâmina de um punhal
Ô-ô
Na luz, na escuridão
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
A fé tá na manhã
A fé tá no anoitecer
Ô-ô
No calor do verão
A fé tá viva e sã
A fé também tá pra morrer
Ô-ô
Triste na solidão
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Certo ou errado até
A fé vai onde quer que eu vá
Ô-ô
A pé ou de avião
Mesmo a quem não tem fé
A fé costuma acompanhar
Ô-ô
Pelo sim, pelo não
A fé e a “faia” – “O uso do ‘faiá’ é assumido com a intenção de legitimar uma forma chula contra a hegemonia do bem-falar das elites. É uma homenagem ao linguajar caipira, ao modo popular mineiro, paulista, baiano – brasileiro, enfim – de falar ‘falhar’ no interior. É quase como se a frase da canção não pudesse ser verdade se o verbo fosse pronunciado corretamente – o que seria um erro… Outro dia cometeram esse ‘deslize’ na Bahia, ao utilizarem a expressão na promoção de uma campanha de cinto de segurança. Nos out-doors, saiu: ‘A fé não costuma falhar’ (a propaganda associava o cinto à fitinha do Senhor do Bonfim). Eu deixei, mas achei a correção desnecessária.”
– “Faiá” é coração, “falhar” é cabeça, e fé é coração.
“É isso aí. ‘A fé não costuma faiá’: é pra quem fala assim que ela não costuma ‘faiá’.”
Outras gravações:
“Carla visita Gilberto Gil”, Carla Visi, MZA
“Malabaristas do sinal vermelho”, João Bosco, Sony Music
“Songbook Gilberto Gil 3”, Jorge Mautner e Nelson Jacobina, Lumiar 1922
“Mais coisas do Brasil”, Leila Pinheiro, Universal Music 2001
“Marcus Menna”, Marcus Menna, LGK Music 2007
“Ney ao vivo”, Ney Matogrosso, Universal Music
“A música de Gilberto Gil”, TCPA/TOP CAT 2007
“Axé”, Rappin Hood ,Trama 2005
“Um pouquinho de Brasil”, Brasilian Trombone Ensemble, CPC/UMES 2004
“Dois amigos, um século de música”, Caetano Veloso e Gilberto Gil, Gege/ UNS/ Sony Music 2015
“Carla visita Gilberto Gil”, Carla Visi, Mza 2001
“40 anos de sucesso”, Coral Grupo Vozes, D’altomare 2012
“Quilombo musica”, Elsio Alvarez, RGE
“Uma flauta na MPB”, Estevao Teixeira, CID 1998
“Quando o céu clarear”, Fabiana Cozza e Rappin Hood, Lua Produções 2009
Forracatu, Sony Music 1998
“Bandadois”, Gilberto Gil, Gege Produções 2009
“Banda larga ao vivo em São Paulo”, Gilberto Gil, Gege Produções 2008
“Concerto de cordas e máquinas de ritmo”, Gilberto Gil, Gege Produções/Biscoito Fino 2012
“Um banda um”, Gilberto Gil, Warner Music 1990
“Eletracústico”, Gilberto Gil, Warner Music 2004
“Gil + 10”, Gilberto Gil e Preta Gil, Pedra da Gávea 2011
“Duetos”, Gilberto Gil e Happin Hood, Warner Music 2007
“A casa do Zé para crianças”, Grupo a casa do Zé 2008
“Presente de vô”, Grupo Ponto de Partida e Coral Meninos de Araçuaí 2013
Grupo Rastapé, EMI Music 2006
“Sujeito homem II “, Happin Hood, Trama 2005
“Iriê”, Iriê, Orbeat 2006
“Ito Moreno e banda Clube do Forro”, Ito Moreno, Veleiro 2001
“Malabaristas do sinal vermelho”, João Bosco, Sony Music 2003
“Decamerão”, Jorge Mautner e Nelson Jacobina, Som Livre 2009
“Barato total – Elas cantam Gilberto Gil”, Som livre 2008
“Mais coisas do Brasil”, Leila Pinheiro, Universal Music 2001
“Marcus Menna”, Marcus Menna, LGK Music 2007
“Para Gil e Caetano”, Margareth Menezes, Canal Brasil 2014
“Menina do Céu”, Menina do Céu, Radar Records 2013
“Festa no Céu”, Menina do Céu, Sony Music 2015
“Castelo Eletrônico”, Miska 2002
“Ney ao vivo”, Ney Matogrosso, Universal Music 2008
“Clássicos da MPB”, Orquestra Sinfônica UFRN e Camila Masiso, SESC 2012
“Brasil de A a Z”, Rastape, EMI Music 2007
“Rock in Rio 30 anos”, Skank, Musickeria 2015
“MPB em Chorinho”, Toco Preto, CID 1999
Antigamente
Gilberto Gil
Não conheço, na verdade
Passado meu que me desse o que sofrer
Só pode ser de mim mesmo essa saudade
Do meu tempo em que a brincar corria
Sem nada saber de amor
Sem nada saber de dor
Sem ter que chorar por não ter nem saudade
De um bem pra chorar
Aquele abraço
Gilberto Gil
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e março
Alô, alô, Realengo – aquele abraço!
Alô, torcida do Flamengo – aquele abraço!
Chacrinha continua balançando a pança
E buzinando a moça e comandando a massa
E continua dando as ordens no terreiro
Alô, alô, seu Chacrinha – velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha, Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha – velho palhaço
Alô, alô, Terezinha – aquele abraço!
Alô, moça da favela – aquele abraço!
Todo mundo da Portela – aquele abraço!
Todo mês de fevereiro – aquele passo!
Alô, Banda de Ipanema – aquele abraço!
Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
A Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu – aquele abraço!
Pra você que meu esqueceu – aquele abraço!
Alô, Rio de Janeiro – aquele abraço!
Todo o povo brasileiro – aquele abraço!
“Meses depois de solto, eu vim ao Rio tratar da questão da saída do Brasil com o Exército. Na manhã do dia da minha volta para Salvador, fui visitar Mariah Costa, mãe de Gal; ali, na casa dela, eu ideei e comecei Aquele Abraço. Finalmente eu ia poder ir embora do país e tinha que dizer ‘bye bye’; sumarizar o episódio todo que estava vivendo, e o que ele representava, numa catarse. Que outra coisa para um compositor fazer uma catarse senão numa canção?
“No avião mesmo eu terminei a música, escrevendo a letra num papel qualquer, um guardanapo, e mentalizando a melodia. Tanto que é uma melodia muito simples, quase de blues; como eu não dispunha de instrumento, tive que recorrer a uma estrutura fácil para guardar na memória. Quando cheguei à Bahia, eu só peguei o violão e toquei; já estava comprometido afetivamente com a canção.”
“Aquele abraço, Gil!” – “Era assim que os soldados me saudavam no quartel, com a expressão usada no programa do Lilico, humorista em voga na época, que tinha esse bordão. Ele até ficou aborrecido com a música; achou que deveria ter direito à canção. Mas eu aprendi a saudação com os soldados. Eu não tinha televisão na prisão, evidentemente, mas eles assistiam o programa; eu só vim a ver depois, quando saí.”
Retificação ratificada – Não foi no quartel de Realengo que Gil e Caetano ficaram presos, e sim no de Marechal Deodoro. “De todo modo”, diz Gil, “a idéia em Aquele Abraço era citar um local qualquer da zona norte do Rio (onde ficamos), um daqueles beira-estrada-de-ferro (Beira Central, Beira Leopoldina), e Realengo é um deles. Uma associação inexata, feita por aproximação; eu nem queria me referir ao lugar certo onde havia ficado preso.”
Uma canção de quarta-feira de cinzas – “O reencontrar a cidade do Rio na manhã em que nós saímos da prisão e revimos a avenida Getulio Vargas ainda com a decoração de carnaval foi o pano de fundo da canção. Na minha cabeça, Aquele Abraço se passa numa quarta-feira de cinzas; é quando o ‘filme’ da música é em mim mentalmente locado.”
The three tops – “Aquele Abraço é uma das músicas minhas mais populares, a mais tocada e o segundo mais vendido dos meus discos (compactos). Uma das três gravações minhas que ficaram em primeiro lugar nas paradas de sucesso durante maior tempo (dois meses; eu já estava na Europa). As outras são Xodó (três meses, em 73), da autoria do Dominguinhos e Anastácia, e Não Chore Mais (cinco, em 78), versão que fiz para uma música cantada pelo Bob Marley. Foram as três mais vendidas também.”
Outras gravações:
“Arthur Moreira Lima”, Arthur Moreira Lima, SONY
“Show Elis e Miele”, Elis Regina e Miele, Polygram
“Força de expressão”, Ivo Meirelles e Funk’n’lata, FC Record
“Leandro Sapucahy ao vivo”, Leandro Sapucahy, Warner Music
“Ao vivo no Metropolitam”, Legião Urbana, EMI
“Songbook Gilberto Gil vol1”, Tim Maia, Lumiar
“MPB em CY”, Quarteto em Cy, CID
“Igreja Jesus Cristo Dos Santos Do Ultim”, Celebração 2004
“A musica de Gilberto Gil”, TCPA/TOP CAT 2007
“3 na bossa”, Deck Produções Artisticas 2014
“Samba da minha terra”, Alexandre Pires, Emi Music 2013
“Cristo 80 anos – show da paz”, Alexandre Pires, GLP Marketing e Entretenimento 2011
“Na veia”, Arlindo Cruz e Rogê, Polysom 2016
Arthur Moreira Lima, Sony 2000
“SPB”, Augusto Martins, Mills Records 2011
“Amores do Rio Firjan”, Banda e coral da Firjan 2002
“Rod Hanna disco Club”, Banda Rod Hanna, Lua Produçõe Sonoras Especiais 2008
“Barra 69”, Caetano veloso com Gilberto Gil, Universal 1996
“Cantando o Brasil”, Coral de Itaipu, Itaipu Binacional 2014
“Daniela Mercury e cabeça de nós todos”, Oesp Mídia S.A 2013
Flora Caju, Dimi Zumque, Claudia Teixeira/CT Prod. e Eventos 2002
“Retrato cantado – Dimi Zumquê 25 anos”, Dimi Zumque, Edmilson Donizeti Da Silva 2014
“Light my fire”, Eliane Elias 2012
“Show Elis e Miele”, Elis e Miele, Polygram 1998
“Elis Regina revistada”, Elis Regina, Dubas 2005
“Elymar canta Marron”, Elymar Dos Santos 2011
“Equale no Expresso 2222 Cdyou”, Equale, Eletrônica Digital 2001
“Som do barzinho vol. 10”, Evandro Marinho, Universal Music 2001
“Evelyn”, Evelyn, Som livre 2005
“Perfil – Fernanda Abreu”, Fernanda Abreu, Som Livre 2010
“ALM a música ao vivo”, Francis Hime, Biscoito Fino
“Live in London 71 – disco 3 “, Gal Costa e Gilberto Gil, Polysom 2014
“Historia da MPB”, Gilberto Gil, Abril Cultural, Fasciculos 2012
“As letras que o Brasil canta”, Gilberto Gil, Academia Brasileira De Letras 2007
“Música do seculo 5” Gilberto Gil, Caras 1999
“Bar do Mineiro Santa Teresa Rio de Janeiro”, Gilberto Gil, Dubas 2003
“Anos dourados – anos 60 e 70”, Gilberto Gil, Emi 1999
“Projeto especial Readers Digest”, Gilberto Gil, Emi music 1999
“Autografos de sucessos”, Gilberto Gil, Emi Music 1982
“Viagem Nestlé pela literatura”, Gilberto Gil, Fundação Nestlé 2003
“Banda Larga ao vivo em São Paulo”, Gilberto Gil, Gege Produções Artísticas 2008
“T.s. Os Dias Eram Assim”, Gilberto Gil, Som Livre 2017
“Grandes hits MPB1”, Gilberto Gil, Gradiante 2001
“Classicos do Brasil”, Gilberto Gil, L & N 2003
“55 anos de sucessos”, Gilberto Gil, Philps 1978
“Minha historia”, Gilberto Gil, Polygram 1993
“Projeto especial Jornal Correio Da Bahia”, Gilberto Gil, Polygram 1999
“A voz de… “, Gilberto Gil, Polygram 1981
“Personalidade”, Gilberto Gil, Polygram 1987
“Projeto especial lab. Brystol Myers Squibb”, Gilberto Gil, Polygram 1999
“20 grandes sucessos da MPB”, Gilberto Gil, Polygram 1999
“20 obras primas”, Gilberto Gil, Polygram 1996
“A arte de Gilberto Gil”, Gilberto Gil, Polygram/Fontana 1985
“Back in Bahia- ao vivo (1972)” Gilberto Gil, Discobertas 2017
“Perfil”, Sigla, Gilberto Gil 2005
“Gilberto Gil samba ao vivo”, Gilberto Gil, Sony Music 2014
“Millenium”, Gilberto Gil, Universal Musical 2000
“Os sambas do milênio vol. 2”, Gilberto Gil, Universal Music 2000
“Palco MPB – 4a edição”, Gilberto Gil, Universal Music 2005
“Serie sem limite – cd 2”, Gilberto Gil, Universal Music 2001
“Gil projeto especial ABN ANRO/Mastercard”, Gilberto Gil, Universal Music, 2006
“Daslu samba rock”, Gilberto Gil, Universal Music 2005
“Tubos apolo – proj. especial”, Gilberto Gil, Universal Music 2003
“Gilberto Gil – 2 anos”, Gilberto Gil, Universal Music 2010
“O quintal do Zeca”, Gilberto Gil, Universal Music 2011
“3m – projeto especial”, Gilberto Gil, Universal Music 2010
“Samba in Rio”, Gilberto Gil, Universal Music
2010
“Chacrinha – o musical (cd2)”, Gilberto Gil, Universal Music 2014
“Lugar comum”, Gilberto Gil, Universal Music 2008
“Rio 450”, Gilberto Gil, Universal Music 2015
“Unplugged”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“Eletracústico”, Gilberto Gil, Warner Music 2004
“Acustico”, Gilberto Gil, Warner Music 2004
“Enciclopedia musical brasileira”, Gilberto Gil, Warner Music 1999
“Chill Brazil”, Gilberto Gil, Warner Music 2006
“Eletracústico”, Gilberto Gil, Warner Music 2004
“Soy loco por ti America”, Gilberto Gil, Warner Music 1995
“Gilberto Gil no palco – nova série”, Gilberto Gil, Warner Music 2007
“1975-1997 bossa,samba & pop”, Gilberto Gil, Warner Music 1998
“It ‘s good to be alive – anos 90”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“Warner 30 anos”, Gilberto Gil, Warner
Music 2006
“Acoustic”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“Samba sempre”, Gilberto Gil, Warner Music 2016
“Chill Brazil copa”, Gilberto Gil, Warner Music 2010
“Carruagem fantástica – Lifetime Achievement Original E Soundtrack”, Washington L. Olivetto 2014
“Unplugged”, Warner Music, Gilberto Gil 2002
“Eletracústico”, Gilberto Gil, Warner Music 2004
“Chill Brazil 4”, Gilberto Gil, Warner Music 2006
“Gilberto Gil no palco – nova série”, Gilberto Gil, Warner Music 2007
“1975-1997 bossa,samba & pop”, Gilberto Gil, Warner Music 1998
“Warner 30 anos”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“Acoustic”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“Samba sempre”, Gilberto Gil, Warner Music 2016
“Este é o Gil que eu gosto”, Gilberto Gil, Warner Music 1995
“Ao vivo em Toquio”, Gilberto Gil e Banda Um, Warner Music 1994
“Gil + 10”, Gilberto Gil, Som Livre 2011
“Gil e Gal”, Gilberto Gil e Gal, Discobertas 2014
Albatroz, Grupo Equale 1999
“Guilherme Borges Hildebrand”, Grupo Madalena 2007
“Um viagem através da música dio Brasil”, Grupo Solo Brasil
“Força de expressão”, Ivo Meirelles e funk’n lata, F C Record
“Ovalô”, Jorge Autuori Trio, BMG 2004
“Jorginho Gomes in concert”, Jorginho Gomes & Gilberto gil, Jorginho Gomes Produções 2016
“Leandro Sapucahy ao vivo”, Leandro Sapucahy , Warner Music 2008
“Ao vivo”, Leandro Sapucahy, Warner music 2008
“Ao vivo no Metropolitam”, Legião Urbana, EMI 2001
“De todas as maneiras”, Mariama, Polygram 1979
“Tropicalismo”, Melquiades, Ingrid Sales e Paulo Façanhas, Ultra Music 2008
“Samba de pista”, Micheline Wayz, Special 2003
“Serie Bis bossa nova”, Milton Banana Trio 2001
“Moinho”, Moinho, EMI 2009
“Monobloco – minha história”, Monobloco, Som Livre 2011
“Monobloco 10 ao vivo”, Monobloco, MPB Discos e Produções/Universal 2009
“Pagodão dos morenos” Morenos, Som Livre, 1999
“Planeta Brasil – bossa nova”, MPB 4, Som Livre
“Musica Ligeira”, MPB compositores /Gilberto Gil – vol. 8, Som Livre 2000
“Nós 4”, Gal 2004
“Olivia Hime e Francis Hime”, Sem Mais Adeus, Biscoito Fino 2016
“Orquestra de vozes Meninos Do Rio” 2000
“Os morenos”, Serie Melhor De Dois, Universal 2000
“Vargas o interprete do barzinho”, Renato, Deck 2003
“Canto de liberdade”, Mills Records, Ricardo Vilas 2003
“Uma viagem através da música no Brasil”, Solo brasil, Tratore Distribuição de CD 2011
“Sururu na roda made in japan” , Sururu na Roda, Sarapuí Produções Artísticas 2016
“Um banquinho, um violão…”, Tavynho Bonfá, Seven 2006
“T.s. Salve Jorge” , Tim Maia, Som Livre 2012
“Songbook Gilberto Gil 1′ , Tim Mais, Lumiar 1992
“Sucessos em novas versões”, Tim Maia, Lumiar 1999
“MPB tudo vol.1”, Vários, Warner Music, 2009
“Tec toy”, Vidioke, Eletrônica Digital 2000
“Com passo de MPB”, Zeca Pagodinho, Universal Music 2014
Aqui e agora
Gilberto Gil
E agora
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
Aqui, onde indefinido
Agora, que é quase quando
Quando ser leve ou pesado
Deixa de fazer sentido
Aqui, onde o olho mira
Agora, que o ouvido escuta
O tempo, que a voz não fala
Mas que o coração tributa
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
Aqui, onde a cor é clara
Agora, que é tudo escuro
Viver em Guadalajara
Dentro de um figo maduro
Aqui, longe, em Nova Deli
Agora, sete, oito ou nove
Sentir é questão de pele
Amor é tudo que move
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
Aqui perto passa um rio
Agora eu vi um lagarto
Morrer deve ser tão frio
Quanto na hora do parto
Aqui, fora de perigo
Agora, dentro de instantes
Depois de tudo que eu digo
Muito embora muito antes
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
“O ‘aqui e agora’ reivindicado pelos místicos: a situação confortável, que deveria ser buscada e atingida pelo homem, de integridade na vivência de cada momento, de cada centímetro de espaço ocupado; o ethos, no sentido mais absoluto e profundo da palavra.
“Aqui e Agora é de uma sensorialidade tanto física quanto álmica, quer dizer, fala de como ver, ouvir, tocar as superfícies do que é sólido e do que é etéreo, denso e sutil; de uma visão voltada para dentro, o farol dos olhos iluminando a visão interior.
“A letra é uma colagem de fragmentos de manifestações mentais não necessariamente associáveis: dissociadas. Como, na estrutura subatômica, a dinâmica das partículas: vagalumes apagando e acendendo em lugares inusitados – estando aqui, e já ali; estando sim, e já não…”
Outras gravações:
“Carla visita gilberto gil (só chamei porque te amo)”, Carla Visi, MZA 2001
“Gilberto Gil – original album series (cd 4)”, Gilberto Gil, Warner Music 2012
“Gilberto Gil revisitado”, Gilberto Gil, Dubas 2004
“Refavela”, Gilberto Gil, Philips 1977
“A voz de…”, Gilberto Gil, Polygram 1981
“Refavela”, Gilberto Gil, Polysom 2017
“Giluminoso”, Gilberto Gil, Sarapui 1999
“Bom pra k 7”, Gilberto Gil, Warner Music 1996
“2 é demais”, Gilberto Gil, Warner Music 1996
“Vida”, Gilberto Gil, Warner Music 1984
“Os grandes mestres da MPB”, Gilberto Gil, Warner Music 1996
“Refavela”, Gilberto Gil, Warner Music 1994
“Projeto esp.”, Radio Musical FM/SP, Warner Music 1995
Aroma
Gilberto Gil
A-a-a-a-aroma
Vem pelo vento
Aroma
Fragrância, odor
Vem da pitanga
Da manga
Perfume da flor
Vem do estrume
Cheiro do gado
Vem do pecado (aroma-amor)
Do corpo dela (aroma-amor)
Todo molhado
Aroma
Um cheiro de suor
Ah, ah, ah, ah, aroma
Ah, ah, ah, ah, aroma
Vem pelas ventas
Aroma
Do pobre ou rico
Embriagado
Tu ficas
Eu também fico
Vem da macela
Da graviola
Vem do pé de manjericão
Todo o planeta
Aroma
De planta do sertão
Todo o planeta (que cheirinho gostoso)
Aroma (de capim cheiroso)
De planta do sertão
Outras gravações:
“Lucia Turnbull”, Lucia Turnbull, Som Livre
“Carla visita Gilberto Gil (só chamei porque te amo)”, Carla Vizzi, M Z A/ Universal 2001
“Para sempre (pop rock)”, Lucia Turnbull, EMI 2001
“Pop”, Lucia Turnbull, Emi Odeon 1998
“Vozes da MPB”, Lucia Turnbull, EMI Odeon 1999
“Eldorado”, Sampa crew, 1998
“Sampa crew – combinação”, Sampa Crew e Dani Voguel, Radar Records Comercial e Edições 2010
As ayabás
Gilberto Gil
Caetano Veloso
Pra que todo mundo ouça
Eu agora vou cantar
Para todas as moças
Eu agora vou bater
Para todas as moças
Eu agora vou dançar
Para todas as moças
Para todas ayabás
Para todas elas
Iansã comanda os ventos
E a força dos elementos
Na ponta do seu florim
É uma menina bonita
Quando o céu se precipita
Sempre o princípio e o fim
Obá
Não tem homem que enfrente
Obá
A guerreira mais valente
Obá
Não sei se me deixo mudo
Obá
Numa mão, rédeas, escudo
Obá
Não sei se canto ou se não
Obá
A espada na outra mão
Obá
Não sei se canto ou se calo
Obá
De pé sobre o seu cavalo
Euá, Euá
É uma moça cismada que se esconde na mata
E não tem medo de nada
Euá, Euá
Não tem medo de nada
O chão, os bichos, as folhas, o céu
Euá, Euá
Virgem da mata virgem
Da mata virgem, dos lábios de mel
Oxum
Oxum
Doce mãe dessa gente morena
Oxum
Oxum
Água dourada, lagoa serena
Oxum
Oxum
Beleza da força da beleza da força da beleza
Oxum
Oxum
Outras gravações:
“Caetano Veloso”, Caetano Veloso, Polygram
“Doces Bárbaros”, Doces Bárbaros, Biscoito Fino
“Diamante verdadeiro”, Maria Bethânia, Polygram
“Canções divinas – divinas canções”, Maria Bethânia, BMG 2004
“Caderno de poesias”, Maria Bethânia, Biscoito Fino 2015
“26 prêmio da música brasileira”, Mariene De Castro, Biscoito Fino 2015
As camélias do quilombo do Leblon
Gilberto Gil
Caetano Veloso
As camélias do Quilombo do Leblon
As camélias do Quilombo do Leblon
As Camélias
As camélias do Quilombo do Leblon
As camélias do Quilombo do Leblon
As camélias do Quilombo do Leblon
Nas lapelas
Vimos as tristes colinas logo ao sul de Hebron
Rimos com as doces meninas sem sair do tom
O que fazer
Chegando aqui?
As camélias do Quilombo do Leblon
Brandir
Somos a Guarda Negra da Redentora
Somos a Guarda Negra da Redentora
Somos a Guarda Negra da Redentora
As camélias da Segunda Abolição
As camélias da Segunda Abolição
As camélias da Segunda Abolição
As Camélias?
As camélias da Segunda Abolição
As camélias da Segunda Abolição
As camélias da Segunda Abolição
Cadê elas?
Somos assim, capoeiras das ruas do Rio
Será sem fim o sofrer do povo do Brasil?
Nele e em mim
Vive o refrão
As camélias da Segunda Abolição
Virão.
As coisas
Gilberto Gil
Arnaldo Antunes
Peso, massa, volume
Tamanho, tempo
Forma, cor
Posição
Textura, duração
Densidade
Cheiro
Valor
Consistência
Profundidade, contorno
Temperatura, função
Aparência
Preço, destino, idade
Sentido
As coisas não têm paz
As coisas
As pegadas do amor
Gilberto Gil
Nem um bé
Uma cabra a esperniar
Um baé
Um porquinho, um bezerrinho
Uma pomba, uma preá
Animal de sangue quente
Atacado a sangue frio
Só prá ver sangue jorrar
Nem um pouco de pesar
De pavor
Nem um cabra a me implorar
Por favor
Nem um corpo a estrebuchar
Ao tremor das minhas mãos
Nem uma marca de horror
No chão do meu coração
Só as pegadas do amor
Assim, sim
Gilberto Gil
Diz pra mim que assim, não
Se eu chegar mansin
Diz pra mim que assim, sim
Se eu descer a mão
Diz pra mim que assim, não
Se eu fizer carin
Diz pra mim que assim, sim
Me diz assim, não, quando eu chego reclamando, resmungando, espinafrando, nega
Espinafre cru
Me diz assim, sim, quando eu chego
calmamente, docemente, simplesmente, nega
Suflê de chuchu (ou caruru)
Ocê vai me comer, vai me saborear…
Me diz assim, não, quando eu chego muito cedo, meio amargo, meio azedo, nega
Casca de limão
Me diz assim, sim, quando eu chego muito tarde, amolecido, já com ar de bobo
Creme de mamão (que tentação)
Ocê vai me comer, vai me saborear…
Assimétrica
Gilberto Gil
Quer dizer sem você
Prefiro assim, assimetricamente
Viver com você
Assimetricamente nós dois
Assim como um mais um são três
Algo não se encaixa mas quem acha
Que dá certo somos nós
Nós e nós e nós e nós e nós
Todos desatados de uma vez
Quando nos atamos e amamos
Debaixo dos nosso lençóis
Muitos torcem, rezam, fazem ebó
Só pra ver você longe de mim
Só porque cismaram e inventaram que assim
Seria melhor
Só porque preferem me ver só
Só pra que só eles possam enfim
Ver-me, ter-me, beber-me, comer-me
Tomar-me pra eles
E só pra eles só
Átimo de pó
Gilberto Gil
Carlos Rennó
O germe e Perseu
O quark e a Via-Láctea
A bactéria e a galáxia
Entre agora e o eon
O íon e Órion
A lua e o magnéton
Entre a estrela e o elétron
Entre o glóbulo e o globo blue
Eu, um cosmos em mim só
Um átimo de pó
Assim: do yang ao yin
Eu e o nada, nada não
O vasto, vasto vão
Do espaço até o spin
Do sem-fim além de mim
Ao sem-fim aquém de mim
Den de mim
Atrás do trio
Gilberto Gil
Tou atrás do fio pra ligar
O pavio dessa minha bomba H
Tou atrás há três
Horas atrozes sem poder lhe ver
Será que eu vou ter
De atravessar três dias?
Será que eu vou ter
De atravessar três dias
Sem poder, sem poder
Explodir a bomba H maiúsculo
Relaxar a fibra desse músculo
Já cansado de trombar
De dar encontrão
Na esperança de lhe encontrar
Na contramão
Tou atrás do trio
Tou tão apressado
Tou tão por um fio
Tou tão precisado
De lhe encontrar
De ver você se dependurar em mim
Me fazer de trapézio, de trampolim
Autorretratinho
Gilberto Gil
Revelam meu sorriso azulejado
Emoldurado por lábios salientes
Certamente ardentes se beijados
A fronte suavemente projetada
Como nas estátuas primitivas
A testa de feição mais alongada
Como nas estirpes mais antigas
Me atenho aqui a descrever meu rosto
Que o resto só com os olhos de um pintor
Suficientemente hábil e de bom gosto
Pra retratrar-me toda em toda cor
Apenas cito a mais as minhas pernas
Raramente expostas por inteiro
Qual montanhas sob neves eternas
Encobertas janeiro a janeiro
Talvez a breve referência aos dentes
E ao meu sorriso aberto azulejado
Já seja tão ou mais que o suficiente
Para explicar as fadas do meu fado
Axé, babá
Gilberto Gil
Dá-nos a luz do teu dia
De noite a estrela-guia
Da tua paz
Dentro de nós
Meu pai Oxalá
Dá-nos a felicidade
O pão da vitalidade
Do teu axé
Do teu amor
Do teu axé
Do teu amor
Ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô
Axé, babá
Ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô
Axé, babá
Ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô
Axé, babá
Ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô
Babá Alapalá
Gilberto Gil
Aganju, Xangô
Alapalá, Alapalá, Alapalá
Xangô, Aganju
O filho perguntou pro pai:
“Onde é que tá o meu avô
O meu avô, onde é que tá?”
O pai perguntou pro avô:
“Onde é que tá meu bisavô
Meu bisavô, onde é que tá?”
Avô perguntou bisavô:
“Onde é que tá tataravô
Tataravô, onde é que tá?”
Tataravô, bisavô, avô
Pai Xangô, Aganju
Viva egum, babá Alapalá!
Aganju, Xangô
Alapalá, Alapalá, Alapalá
Xangô, Aganju
Alapalá, egum, espírito elevado ao céu
Machado alado, asas do anjo Aganju
Alapalá, egum, espírito elevado ao céu
Machado astral, ancestral do metal
Do ferro natural
Do corpo preservado
Embalsamado em bálsamo sagrado
Corpo eterno e nobre de um rei nagô
Xangô
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Dois momentos”, Zezé Motta, Warner Music
“Original album series (cd 4)”, Gilberto Gil, Warner Music 2001
“Historia da MPB”, Gilberto Gil, Abril Cultural 1982
“Bandadois”, Gilberto Gil, Gege Produções Artísticas 2009
“Caixa a conspiração de Gilberto Gil – CD Bandadois”, Gilberto Gil, Gege Produções Artísticas 2010
“Refavela”, Gilberto Gil, Philis 1977
“Soy loco por ti america”, Gilberto Gil, Warner Music 1955
“Nightingale”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“2 é demais”, Gilberto Gil, Warner Music 1996
“Bandadois”, Gilberto Gil, Warner Music
“Refavela”, Gilberto Gil, Warner Music 1994
“La passion sereine”, Gilberto Gil, Works Editores 2005
“Sol”, Gilberto Gil, Warner Music 1984
“Albatroz”, Grupo Equale, AZ 1999
Humberto Effe, EMI-Odeon 1995
“Tecnomacumba”, Rita ribeiro, Biscoito Fino 2006
“Este e o Gil eu gosto”, Zeze Mota, Warner Music 1995
“E collection”, Zeze Motta, Warner Music 2001
“Dois momentos”, Zeze Motta, Warner Music 2000
“Dois gênios – Caetano Veloso e Gilberto Gil”, Zeze Motta, Warner Music 2009
“Zezé Motta”, Zezé Motta, Warner Music 2012
“Dose dupla – cd 2”, Zezé Motta, Warner Music 2011
Babylon
Gilberto Gil
Jorge Mautner
I felt so lonely
I felt so lonely and people came along
To mistreat me
Calling me so many names in the streets
And I was so shy
That I began to cry
But now
I am so proud
Of whatever should be
Cause I have a silver knife
And my lover is Satan’s wife
And I don’t care
If you don’t dare see
Back in Bahia
Gilberto Gil
Lá em Londres, vez em quando me sentia longe daqui
Vez em quando, quando me sentia longe, dava por mim
Puxando o cabelo
Nervoso, querendo ouvir Cely Campelo pra não cair
Naquela fossa
Em que vi um camarada meu de Portobello cair
Naquela falta
De juízo que eu não tinha nem uma razão pra curtir
Naquela ausência
De calor, de cor, de sal, de sol, de coração pra sentir
Tanta saudade
Preservada num velho baú de prata dentro de mim
Digo num baú de prata porque prata é a luz do luar
Do luar que tanta falta me fazia junto com o mar
Mar da Bahia
Cujo verde vez em quando me fazia bem relembrar
Tão diferente
Do verde também tão lindo dos gramados campos de lá
Ilha do Norte
Onde não sei se por sorte ou por castigo dei de parar
Por algum tempo
Que afinal passou depressa, como tudo tem de passar
Hoje eu me sinto
Como se ter ido fosse necessário para voltar
Tanto mais vivo
De vida mais vivida, dividida pra lá e pra cá
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Alexandre Leão”, Alexandre Leão, Velas
“Estúdio Coca Cola”, Nando Reis e Cachorro Grande, Universal Music
“Cinema Ipanema”, Ricardo Vilas, ROB Digital
“Maravilhosa”, Wanderléa, Universal Music
“A arte de Gilberto Gil”, Gilberto Gil, Polygram/Fontana 1985
Banda Gardenais 2001
“Songbook Gilberto Gil – vol 2”, Barão Vermelho, Lumiar Discos 2015
“E-collection disco 2”, Barão Vermelho, Warner Music 2000
“Dois amigos, um século de música”, Caetano Veloso e Gilberto Gil 2015
“Impressões de viagem”, Eminência Parda, Blues Time 2007
“Eminência Parda”, Blues Time Do Brasil 2010
“Expresso 2222”, Gilberto Gil, Polygram 1972
“Umeboshi – ao vivo, 1973”, Gilberto Gil, Discobertas 2017
“Back in Bahia – ao vivo (1972)”, Gilberto Gil, Discobertas 2017
“Millennium”, Gilberto Gil, Universal Music 2004
“Durval discos {trilha sonora}”, Gilberto Gil, Universal Music 2003
“Gilberto Gil 2-lados”, Gilberto Gil, Universal Music 2010
“Trilha sonora do filme 1972”, Gilberto Gil, Universal Music 2005
“O cordão da liberdade”, Gilberto Gil, Philips 1981
“Serie sem limite – cd 1”, Gilberto Gil, Universal Music 2001
“20 grandes sucessos de Gilberto Gil”, Gilberto Gil, Polygram 1998
“O viramundo ao vivo-cd 1”, Gilberto Gil, Polygram 1998
“Minha historia”, Gilberto Gil, Polygram 1993
“Personalidade”, Gilberto Gil, Polygram 1987
“Wahari Binaural – música e ciência”, Instrumental, Adalberto Nazareth De Almeida Camargo 2015
“Wahari Binaural – música e ciência”, Augusto Ernesto Weber 2016
“Movimento”, Jose Augusto Silvestre 2001
“Lanny Quartet”, Lanny Gordin, Tratore Distribuição de CD 2012
“Estúdio Coca Cola”, Nando Reis e Cachorro Grande, Universal Music 2007
“Brasileiro-o som que vem da terra”, Nordeste, Sony Music 1999
“Cine Ipanema”, Ricardo Vilas, ROD Digital 2004
“Refestança”, Rita Lee e Gilberto Gil, EMI 2003
“Caixa Rita Lee”, Rita Lee e Gilberto Gil, Universal Music 2015
“Pequeno cotolengo do Paraná”, Wanderlea 2003
“O amor sobreviverá”, Wanderléa, Copyrights Consultoria 2003
“Wanderléa”, Wanderléa, Tratore Distribuição de CD’S 2011
“Millennium”, Wanderléa, Universal Music 2005
“Maravilhosa”, Wanderléa, Universal Music 2004
“Era o primeiro verão na Bahia depois que eu tinha voltado de Londres, e eu fui à festa de Nossa Senhora da Conceição em Santo Amaro da Purificação. Eu estava na casa onde Canô, mãe de Caetano, estava dando a festa; vendo as pessoas queridas e a alegria que emanava delas, da lembrança da saudade que eu sentia dessas e outras coisas em Londres veio o impulso para escrever a canção – que eu comecei ali, letra e música juntas, de cabeça, e complementei no dia seguinte, já na casa de Sandra, na Graça, em Salvador.
“Back in Bahia se baseia em motivos musicais muito íntimos, nordestinos – improviso, embolada, galope, martelo -, e em modos cordélicos, com rimas rítmicas [e também internas], típicas do versejar nordestino, e versos simétricos [quase todos de 16 sílabas]: entre eles, o ‘de vida vivida dividida pra lá e pra cá’, de que eu mais gosto: poesia pura, concreta, como o ‘fazer o canto cantar o (rimando com cântaro) o cantar’, em Palco.”
Bacurizim
Gilberto Gil
O guri, o bacurizim
De onde nascerá
De onde virá bacurizim
Quixeramubim
No metrô de uma capital
Na metrópole
Em lugar do torrão natal
De onde nascerá
De que bucho esticadim
Nascerá meu bacurizim
Zim de Zezinho, som do z
Letra do alfabeto
Luz de uma estrela escondida
Cruz na memória gravada
Raio de um disco avistado
Pousado naquela estrada
Bacuri me-ni-na
Me-ni-no
Nuzinho no frio
Zezinho no frio
Outras gravações:
“MPB 4”, MPB 4, BMG
Bahia de todas as contas
Gilberto Gil
Rompeu-se a guia de todos os santos
Foi Bahia pra todos os cantos
Foi Bahia
Pra cada canto, uma conta
Pra nação de ponta a ponta
O sentimento bateu
Daquela terra provinha
Tudo que esse povo tinha
De mais puro e de mais seu
Hoje já niguém duvida
Está na alma, está na vida
Está na boca do país
É o gosto da comida
É a praça colorida
É assim porque Deus quis
Olorum se mexeu
Rompeu-se a guia de todos os santos
Foi Bahia pra todos os cantos
Foi Bahia
Pra cada canto, uma conta
Pra cada santo, uma mata
Uma estrela, um rio, um mar
E onde quer que houvesse gente
Brotavam como sementes
As contas desse colar
Hoje a raça está formada
Nossa aventura plantada
Nossa cultura é raiz
É ternura nossa folha
É doçura nossa fruta
É assim porque Deus quis
Olorum se mexeu
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Caetano Veloso e Gal Costa – domingo”, Gal Costa, Universal Music 2010
“Projeto especial Multibras”, Gal Costa, Universal Music 2001
Baião / De onde vem o baião
Gilberto Gil
Debaixo do barro do chão da pista onde se dança
Suspira uma sustança sustentada por um sopro divino
Que sobe pelos pés da gente e de repente se lança
Pela sanfona afora até o coração do menino
Debaixo do barro do chão da pista onde se dança
É como se Deus irradiasse uma forte energia
Que sobe pelo chão
E se transforma em ondas de baião, xaxado e xote
Que balança a trança do cabelo da menina, e quanta alegria!
De onde é que vem o baião?
Vem debaixo do barro do chão
De onde é que vêm o xote e o xaxado?
Vêm debaixo do barro do chão
De onde vêm a esperança, a sustança espalhando o verde dos teus olhos pela plantação?
Ô-ô
Vêm debaixo do barro do chão
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Antonio Adolfo ao vivo”, Antonio Adolfo e Carol Saboya, Kuarup
“A voz do bandolim”, Armandinho, Vison
“Carol Saboya”, Carol Saboya, Jam Music
“Songbook Gilberto Gil”, Elba Ramalho e Dominguinhos, Lumiar
“Forro nº1”, Genaro & Walkyria, Atração
“Brasil brasileiro”, Luiz Lima
“Dance forró mais eu”, Targino Gondim, FC Recordes
“Partimpim tlês”, Adriana Partimpim, Polysom Comércio 2012
“Jam music”, Carol Saboia 2000
“José Hilton Alves”, Clã Brasil 2000
“Agua viva”, Gal Costa, Polygram Music
“Suingue nordestino – vol. 2”, Gal Costa, Universal Music 2000
“A música de Gilberto Gil”, Gal Costa, Universal Music 2003
“Caetano Veloso e Gal Costa – domingo – jewel case”, Gal Costa, Universal Music 2010
“Forro n1”, Genaro & Walkyria, Atração 2004
“Fé na festa – ao vivo”, Gilberto Gil, Gege Produções Artísticas 2004
“Grandes mestres da MOB- vol. 2 Warner”, Gilberto Gil, Warner Music 1997
“Parabolicamara”, Gilberto Gil, Warner Music 1991
“São joão ao vivo”, Gilberto Gil, Warner Music 2006
“São joão ao vivo – dose dupla – cd 2”, Gilberto Gil, Warner Music 2011
“Gil canta Luiz Gonzaga”, Gilberto Gil, Warner Music 2012
“Dose dupla”, Gilberto Gil, Warner Music 2009
“Brasil branconegro”, Grupo tom da terra, CPC Umes 2002
Grupo tom da terra, Paulinas-comep 2000
“De onde vem o baião”, Ito Moreno, Velas 1999
“Clube do forró”, Ito Moreno, Veleiro 2001
“Brasil brasileiro”, Luiz Lima 1997
“Ituaçú – Gilberto Gil”, Orquestra De Sopros Da Pro Arte E Flautistas Da Pro Arte 2012
“2 sanfonas e 1 orquestra”, Orquestra De Sopros Pro-Arte, Kiko Horta e Marcelo Caldi, Tratore De CD ‘S 2016
“Xaxados e perdidos”, Simone Rasslan, Simone Nogueira Rasslan
Baião atemporal
Gilberto Gil
No último pau-de-arara de Irará
Um da família Santana viajará
Levará uma semana até chegar
Junto com mais dois ou três outros cabras que estarão lá
No último pau-de-arara de Irará
Se essa viagem comprida fosse um cordel
Seria boa saída acabar no céu
Só que este conto que eu canto é pra lá de zen
Não tem sentido, não serve pra nada e é pra ninguém
Pra ninguém botar defeito e não ter porém
Basta pensar que Irará poderá não ser
Que os paus-de-arara de lá já não têm porquê
Porque os tempos passaram e passarão
Tudo que começa acaba, e outros cabras seguirão
Cruzando o atemporal do tao do baião
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Balada do lado sem luz
Gilberto Gil
Caverna escondida
Onde a luz da vida
Foi quase apagada
O mundo da sombra
Região do escuro
Do coração duro
Da alma abalada, abalada
Hoje eu canto a balada do lado sem luz
Subterrâneos gelados do eterno esperar
Pelo amor, pelo pão
Pela libertação
Pela paz, pelo ar
Pelo mar
Navegar, descobrir
Outro dia, outro sol
Hoje eu canto a balada do lado sem luz
A quem não foi permitido viver feliz e cantar
Como eu
Ouça aquele que vive do lado sem luz
O meu canto é a confirmação da promessa que diz
Que haverá esperança enquanto houver um canto mais feliz
Como eu gosto de cantar
Como eu prefiro cantar
Como eu costumo cantar
Como eu gosto de cantar
Quando não tão abalada, a balada abalada
Do lado sem luz
Outras gravações:
“Pássaro proibido”, Maria Bethânia, Philips
“A musica de Gilberto Gil”, Maria Bethânia, Fontana/Polygram 1977
“Minha historia”, Maria Bethânia, Polygram 1992
Balafon
Gilberto Gil
Isso que toca bem, bem
Isso que toca bem, bem
Chama-se balafon
Em cada lugar tem
O nome deve ser outro qualquer
No Camerum
Isso que a gente chama marimba
Tem na África todo mesmo som
Isso que toca bem, bem
Num lugar, não lembro bem
Chama-se balafon
Marim-bajé
Iré-xiré
Balafonjá
Orim-axé
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Robertinho Silva”, Robertinho Silva, Polygram
“Gillberto Gil – original album series (cd 4)”, Gilberto Gil, Warner Music 2012
“2 é de mais”, Gilberto Gil, Warner Music 1996
“Refavela”, Gilberto gil, Warner Music 1994
“Le troubadour du Brésil”, Gilberto Gil, Warner Music 1997
Balé da Bola (Copa 98)
Gilberto Gil
Quando meu olhar beijar Paris
Terei mais amor
Serei mais feliz
Sentirei no ar a emoção, no ar o ardor
Meu coração de torcedor
Esperou tanto tempo por esta ocasião
Que um dia o menestrel sonhou
Magos da bola na Cidade Luz
Fazem milagres, transmutações
Dores e horrores que a vida produz
São transformados no balé da bola
Suor e sangue no balé da bola
Crime e castigo no balé da bola
Quando a seleção marcar um gol
Serão séculos
E mais séculos
Desde que na velha China, no velho Japão
Jogava-se com um balão
E na antiga Grécia ou na França medieval
Praticava-se o futebol
Quando a seleção marcar um gol
Serão séculos
E mais séculos
Transcorridos desde que os astecas e os tupis
Conforme a voz da lenda diz
Pelejavam com a lua-bola e o balão-sol
Num jogo de viver feliz
E hoje a bola rola mais perfeita
Esfera mágica, elevação
Nos pés dos ídolos deste planeta
Tem seu momento de consagração
A bola símbolo da perfeição
Tem seu momento de consagração
Quem lembrar Pelé ou Platini
Sabe o que se comemora aqui
Tantos que eu vi, tantos que eu não vi não (bis)
Todos tem aqui seu panteão
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Balé de Berlim
Gilberto Gil
Numa perna só
Moleque saci
Uma perna só jogando por tantos milhões
De corações de curumins
Uma perna só pra tantos olhos e pulmões
Tantos estômagos e rins
Tantos fígados
Nossa seleção chega a Berlim
Traz um protetor
Senhor do Bonfim
Traz um protetor no amor que integra essa nação
Amor de pai, de mãe, de irmão
Traz um protetor no amor ao mar, amor ao sol
Amor aos dias de verão
E o carnaval
O carnaval não mata a fome
Nem mata a sede o São João
Mas nem só de pão vive o homem
Por isso viva a seleção
Nossa seleção chega a Berlim
Perder ou ganhar
Será sempre assim
Será sempre a vibração no ar, no ar o ardor
Meu coração de torcedor
Guardará sempre a lembrança de uma ilusão
E o nome de um jogador
Beckenbauer
Bauer
Barbosa
Bobo
Bobby Charlton
Puskas
Bellini
Eto´o
Viva Pelé!
Viva Mané!
Outras gravações:
“Chill Brazil – vol. 4”, Gilberto Gil 2006
“Play Brazil’, Gilberto Gil, Warner Music 2006
Gilberto Gil e Zeca Pagodinho, Warner Music 2006
Bananeira
Gilberto Gil
João Donato
Bananeira, sei lá
A bananeira, sei não
A maneira de ver
Bananeira, não sei
Bananeira, sei lá
A bananeira, sei não
Isso é lá com você
Será
No fundo do quintal
Quintal do seu olhar
Olhar do coração
Outras gravações:
“Tudo bonito”, Joyce, Sony Music
“Brazil Bossa’n’bass”, Brazil Bossa’n’bass, Luar Music
“Ed Motta”, Ed Motta, Lumiar 1999
“Emílio Santiago”, Emílio Santiago, CID
“Posto Nove 3”, Emílio Santiago e Favela Chic, Warner Music
“Garrafieira”, Garrafieira, Biscoito Fino
“Daslu samba rock”, João Donato, Universal Music
“João Donato Trio”, João Donato Trio, Elephant Records
“Estação Leopoldina”, Paulo Moura, ROB Digital
“Verdades e Mentiras”, Quarteto em CY, CID
“Ai plays Donato”, Ai Vazaki, Pôr Do Som Produções Artísticas 2013
Zabumba, Aquilo Del Nisso 2002
“Banda Groove n bossa”, Carlos Arthur Coppos 2010
“Klaus vilar wurmbaue”, Banda Gi – Quarteto Instrumental 2001
“Bebel Gilberto in Rio”, Bebel Gilberto, Biscoito Fino 2013
“Uma onda que se ergueu no mar- cd 2”, Bebel Gilberto, Universal Music 2002
“Serie gold II / Bossa nova lounge”, Bebel Gilberto, Universal Music 2002
“The best o brazilian jazz”, Bebel Gilberto, Universal Music 2002
“Jovem brazilidade 2”, Caio Mesquita, Luar Music 2007
“Light my fire”, Eliane Elias, Universal Music 2012
“Emílio Santiago”, Emílio Santiago, CID 2006
“Chill Brazil 7”, Emílio Santiago, Warner Music 2012
“Favela chic postonove 3”, Emílio Santiago, Warner Music 2004
“GNT- prog. mulheres possíveis”, Emílio Santiago e João Donato, Globosat Programadora 2009
“Fatima Regina da cruz martins”, Fatima Regina 2008
“Garrafieira”, Garrafieira, Biscoito Fino 2004
“Speed samba jazz 5”, Hamleto Stamato, L.PE Produções Musicais 2015
“Songbook João Donato – vol 1”, J.T. Meirelles e Ed Motta, Lumiar Discos 2015
“Samboleiro”, João Donato, Dubas Musica 2009
“João Donato”, Emi Music Brasil 2009
“Sambou, sambou”, João Donato, Emi Music 2011
“Sambolero”, João Donato, Universal Music 2010
“Lugar comum”, João Donato, Philips 1975
“Millennium”, João Donato, Universal Music 2000
“Presente cotidiano”, João Donato, Dubas Musica 2002
“Bossa dubas – posto 9 (cd3)”, João Donato, Dubas Musica 2014
“BIS bossa nova”, João Donato, Emi Music 2001
“Coisas tão simples”, João Donato, Emi Music 2006
“Retratos”, João Donato, Emi Music 2004
“Box welcome to Brazil – cd 3 welcome to Copacabana – the Brazilian melting pop”, João Donato, EMI Music Brasil 2012
“Welcome to Copacabana – the brazilian melting pop”, João Donato, Emi Music Brasil 2012
“O prestigio de João Donato”, João Donato, Fontana/Polygram 1983
“Lugar comum”, João Donato, Polysom Comércio 2012
“Raridades (anos 70)”, João Donato, Discobertas 2017
“O couro tá comendo – João Donato live”, João Donato, Discobertas 2014
“Electric samba groove – pure Brazil II”, João Donato, Universal Music 2005
“Donato Daslu samba rock”, João Donato, Universal Music 2005
“Donatural – João Donato e convidados”, João Donato & Gilberto Gil, Biscoito Fino 2009
“De conversa em conversa – o melhor da bossa nova”, João Donato e Gilberto Gil, Biscoito Fino 2012
“Elephant records”, Joao Donato e trio 2000
“Joao Donato e trio”, Joao Donato e trio, João Samuel Alves Da Cunha 2008
“Tudo bonito”, Joyce, Sony Music 2000
“Bossa nova”, Joyce e João Donato, Sony Music 2005
“Cordas cruzadas”, Maogani, ROB Digital 2001
“Do baixo para cima”, Nélio Costa, Nélio Barros Da Costa 2012
“TCC de produção fonográfica da universidade Estácio de Sá”, Paulo Cesar de Almeida Fonseca 2017
Banda Larga Cordel
Gilberto Gil
Pôs na boca, provou, cuspiu
É amargo, não sabe o que perdeu
Tem um gosto de fel, raiz amarga
Quem não vem no cordel da banda larga
Vai viver sem saber que mundo é o seu
Mundo todo na ampla discussão
O neuro-cientista, o economista
Opinião de alguém que esta na pista
Opinião de alguém fora da lista
Opinião de alguém que diz que não
Uma banda da banda é umbanda
Outra banda da banda é cristã
Outra banda da banda é kabala
Outra banda da banda é alcorão
E então, e então, são quantas bandas?
Tantas quantas pedir meu coração
E o meu coração pediu assim, só
Bim-bom, bim-bom, bim-bom, bim-bom
Ou se alarga essa banda e a banda anda
Mais ligeiro pras bandas do sertão
Ou então não, não adianta nada
Banda vai, banda fica abandonada
Deixada para outra encarnação
Rio Grande do Sul, Germania
Africano-ameríndio Maranhão
Banda larga mais demografizada
Ou então não, não adianta nada
Os problemas não terão solução
Piraí, Piraí, Piraí
Piraí bandalargou-se um pouquinho
Piraí infoviabilizou
Os ares do município inteirinho
Com certeza a medida provocou
Um certo vento de redemoinho
Diabo de menino agora quer
Um i pod e um computador novinho
Certo é que o sertão quer virar mar
Certo é que o sertão quer navegar
No micro do menino internetinho
O Netinho, baiano e bom cantor
Ja faz tempo tornou-se um provedor – provedor de acesso
À grande rede www
Esse menino ainda vira um sábio
Contratado do Google, sim sinho
Diabo de menino internetinho
Sozinho vai descobrindo o caminho
O rádio fez assim com seu avô
Rodovia, hidrovia, ferrovia
E agora chegando a infovia
Pra alegria de todo o interior
Meu Brasil, meu Brasil bem brasileiro
O You Tube chegando aos seus grotões
Veredas do sertão, Guimarães Rosa,
Ilíadas, Lusíadas, Camões,
Rei Salomão no Alto Solimões,
O pé da planta, a baba da babosa.
Pôs na boca, provou, cuspiu
É amargo, não sabe o que perdeu
É amarga a missão, raiz amarga
Quem vai soltar balão na banda larga
É alguém que ainda não nasceu
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Banda Um
Gilberto Gil
BandaUmBandaUmBandaUmBanda – ô-iê
Iê-iê-iê-iê
BandaUmBandaUmBandaUmBanda – ô-ô
(Iô-iô-iô-iô)
Banda Um que toca um balanço parecendo polka
UmBandaUmBandaUm
Banda Um que toca um balanço parecendo rumba
UmBandaUmBandaUm
Banda Um que é África, que é Báltica, que é Céltica
UmBanda América do Sul
Banda Um que evoca um bailado de todo planeta
UmBandaUm, Banda Um
BandaUmBandaUmBandaUmBanda – ô-iê
Iê-iê-iê-iê
BandaUmBandaUmBandaUmBanda – ô-ô
(Iô-iô-iô-iô)
Banda pra tocar por aí
No Zanzibar
Pro negro zanzibárbaro dançar
Pra agitar o Baixo Leblon
O Cariri
Pra loura blumenáutica dançar
(Hum…) Banda Um, Banda Um
BandaUmBandaUmBandaUmBanda – ô-iê
Iê-iê-iê-iê
BandaUmBandaUmBandaUmBanda – ô, ô
Banda Um que soa um barato pra qualquer pessoa
UmBanda pessoa afins
Banda Um que voa, uma asa delta sobre o mundo
UmBanda sobre patins
Banda Um surfística nas ondas da manhã nascente
UmBanda, banda feliz
Banda Um que ecoa uma cachoeira desabando
UmBandaUm, bandas mis
BandaUmBandaUmBandaUmBanda – ô-iê
Iê-iê-iê-iê
BandaUmBandaUmBandaUmBanda – ô-ô
(Iô-iô-iô-iô)
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Bandadois”, Gilberto Gil, Gege Produções Artísticas 2009
“Um banda um”, Gilberto Gil 1993
“Ao vivo em Toquio”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“Um banda um”, Gilberto Gil, Warner Music 2009
A umbanda – “O sentido universalista da umbanda como uma cisão do culto fechado das religiões, seja candomblé, seja a católica, ambas monistas, cada uma com a sua verdade; o panteísmo necessário da umbanda, uma religião que não é uma mas ‘todas’, misturando o kardeccismo, o catolicismo, o politeísmo africano. (E Banda Um é uma música-síntese com uma intenção e um conceito panculturalista, uma canção que cultiva as idéias de música, de juventude, de comportamento, de consumo e de vários nacionalismos.)”
A Banda Um – “E, ao mesmo tempo, o fato de sermos um pouco a Banda do Zé Pretinho [Gil se refere aqui ao grupo de Jorge Benjor, ao qual compara o seu]: Banda Um é como se fosse o nosso hino, o nosso prefixo musical.”
A UmBandaUm – “Banda Um é uma coisa, e umbanda é outra, exatamente o oposto: Banda Um é uma banda; umbanda são todas as bandas – ou nenhuma, em princípio. ‘UmBandaUm’ [a repetição seguida de ‘Banda Um’ no verso faz ressoar a palavra ‘umbanda’] estabelece o jogo dos contrários: faz o embutimento mútuo dos dois sentidos.
“A descoberta de todas essas coisas me animou à escolha, embora eu tenha hesitado muito em optar por Um Banda Um para nomear o disco e me apaziguar com a idéia de fazer esse tipo de brincadeira (que às vezes pode ficar gratuito; mas quando você descobre uma solução que, embora fácil, esteja carregada de sentido, e esse era o caso – ‘umbanda’ é uma palavra com uma carga enorme no Brasil -, aí, tudo bem). Acabei topando.”
Palavras-valise – ” ‘Zanzibárbaro’: do Zanzibar, um bar de negros, da Federação (bairro de Salvador). A loura ‘blumenáutica’: de Blumenau, e ao mesmo tempo náutica (a referência, embutida, aos esportes aquáticos, ao surfe, à juventude, ao mar, ao verão). Palavras-valises. Nelas cabe um bocado de idéias: você vai botando. É um dos procedimentos concretistas que mais me interessam. A invenção da palavra que é um condensado de significados.”
Barato total
Gilberto Gil
Lá, lalalalalalalá
Lá, lalalalalalalá
Quando a gente tá contente
Tanto faz o quente
Tanto faz o frio
Tanto faz
Que eu me esqueça do meu compromisso
Com isso e aquilo que aconteceu dez minutos atrás
Dez minutos atrás de uma idéia já dão
Pra uma teia de aranha crescer
E prender
Sua vida na cadeia do pensamento
Que de um momento pro outro começa a doer
Lá, lalalalalalalá
Lá, lalalalalalalá
Quando a gente tá contente
Gente é gente, gato é gato
Barata pode ser um barato total
Tudo que você disser deve fazer bem
Nada que você comer deve fazer mal
Quando a gente tá contente
Nem pensar que tá contente
Nem pensar que tá contente a gente quer
Nem pensar a gente quer
A gente quer, a gente quer
A gente quer é viver
Lá, lalalalalalalá
Lá, lalalalalalalá
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Acústico MTV”, Gal Costa, BMG
“Cantar”, Gal Costa, Polygram
“Millennium “, Zélia Duncan, Universal Music, 2005
“Sobre todas as coisas”, Zizi Possi, Eldorado
“Barato total – elas cantam Gilberto Gil”, Gal Costa, Som Livre 2008
“Boogie Oogie – nacional – t.s.”, Gal Costa, Som Livre 2014
“O cordão da liberdade”, Gal Costa, Philips 1981
“Cantar”, Gal Costa, Polygram 1982
“A arte de Gal Costa”, Gal Costa, Polygram 1988
“MTV”, Gal Costa, Sony BMG 2006
“Caipirinha – the best of pure Brazil II”, Gal Costa, Universal Music 2005
“Sem limite III – samba rock – cd 2”, Gal Costa, Universal Music 2001
“Recanto ao vivo”, Gal costa, Universal Music 2012
“Domingo – Caetano Veloso e Gal Costa”, Gal Costa, Universal Music 2010
“Meu tio matou um cara”, Gal Costa e Nação Zumbi, Natasha 2004
“Camerati”, Grupo Arire 1997
“CD Natalia Adami”, Natalia Adami, LGK Music Produções Artísticas 2013
“Batucada dez vinte e Ding Dong”, Vinicius Geribello, Amazônia Comunicação e Marketing 2009
“Millennium 2005”, Zélia Duncan, Universal Music 2005
“Intimidade – primeiros álbuns originais”, Zélia Duncan, Warner Music 2011
“Sobre todas as coisas”, Zizi Possi, Eldorado 2002
“Este é o Gil que eu gosto”, Zizi Possi, Warner Music 1995
Barca grande
Gilberto Gil
Eu vim aqui pra te ver
Como te vi, vou-me embora
Eu vim aqui pra te ver
Como te vi, vou-me embora
Trabalho na barca grande
Só chego fora de hora
Trabalho na barca grande
Só chego fora de hora
Hoje eu cheguei atrasado
Na barca pra trabalhar
Essa noite eu fui com Rosa
No Recife passear
Rosa nunca tinha ido
No Recife passear
Aproveitei que era noite
Pra Rosa poder gostar
Rosa é minha namorada
Mora com o pai pescador
Pescador de caranguejo
Pai de Rosa, minha flor
Minha flor nasceu no mangue
Nunca pode passear
Nunca pode ver Recife
A cidade, seu sonhar
Eu que já saí do mangue
Já consegui trabalhar
Na barca do Beberibe
Quero Rosa pra casar
Já posso ter um dinheiro
Pra Rosa se divertir
Essa noite eu levei Rosa
Pra Rosa poder sorrir
Hoje à noite eu vou ver Rosa
Ela vai sorrir contente
Recife, seu sonho morto
Ficou vivo de repente
Eu que sou louco por ela
Vou fazer Rosa cantar
Vou também cantar pra ela
Essa ciranda, essa ciranda
Eu vim aqui pra te ver
Como te vi, vou-me embora
Eu vim aqui pra te ver
Como te vi, vou-me embora
Trabalho na barca grande
Só chego fora de hora
Trabalho na barca grande
Só chego fora de hora
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Bat-staka
Gilberto Gil
Busco algum remédio para o tédio
A música soa
Como o som da construção de um prédio
Zoada de serra
Onde eu deveria ouvir guitarra
Como numa obra
Vozes que sugerem uma algazarra
Mexo no ponteiro
Corro atrás de nova sintonia
A música soa
E com ela a mesma fantasia
Mais um movimento
Tudo igual na próxima estação
Tijolo, cimento
Pedra, areia e muito vergalhão
De onde viria, oh, de onde viria
Toda essa engenharia civil?
Rock maçom, funk de alvenaria
Disconcreto, deus, onde já se viu!?
Fico mais atento
Tento achar nessa alucinação
Qual o elemento
Que por trás faz toda a ligação
Súbito o estalo
O abalo no meu coração
Nítido badalo
Lá está o bat-staka
Está lá o bat-bat-stakato
Bat-bat-batidão
Não adianta mudar
Não adianta mudar de estação
O bat-staka estala
O bat-staka está lá de plantão
Baticum
Gilberto Gil
Chico Buarque
Bia falou:
“Ah, claro que eu vou”
Clara ficou
Até o sol raiar
Dadá também
Saracoteou
Didi tomou
O que era pra tomar
Ainda bem
Que Isa me arrumou
Um barco bom
Pra gente chegar lá
Lelê também
Foi e apreciou
O baticum
Lá na beira do mar
Aquela noite
Tinha do bom e do melhor
Tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca
Veio Mané
Da Consolação
Veio o Barão
De lá do Ceará
Um professor
Falando alemão
Um avião
Veio do Canadá
Monsieur Dupont
Trouxe o dossier
E a Benetton
Topou patrocinar
A Sanyo
Garantiu o som
Do baticum
Lá na beira do mar
Aquela noite
Quem tava lá na praia viu
E quem não viu jamais verá
Mas se você quiser saber
A Warner gravou
E a Globo vai passar
Bia falou:
“Ah, claro que eu vou”
Clara ficou
Até o sol raiar
Dadá também
Saracoteou
Didi tomou
O que era pra tomar
Isso é que é
Pepe se chegou
Pelé pintou
Só que não quis ficar
O campeão
Da Fórmula 1
No baticum
Lá na beira do mar
Aquela noite
Tinha do bom e do melhor
Eu só tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca
Zeca pensou:
“Antes que era bom”
Mano cortou:
“Brother, o que é que há?”
Foi a G.E.
Quem iluminou
E a MacIntosh
Entrou com o vatapá
O JB
Fez a crítica
E o cardeal
Deu ordem pra fechar
O Carrefour
Digo, o baticum
Da Benetton
Não, da beira do mar
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada) / © Marola Edições Musicais LTDA.
Outras gravações:
“Francisco”, Chico Buarque, BMG
“Chico ou o País Da Delicadeza Perdida”, Chico Buarque, BMG 2005
“Coleção Chico Buarque”, Sony Music Entertainment, Chico Buarque 2010
“Chico Buarque em 4 tempos (box)”, Chico ou o País Da Delicadeza Perdida, Videofilmes/BMG 2003
“Chico Buarque participação Gilberto Gil”, BMG 1996
“O eterno Deus mu dança”, Gilberto Gil, Warner Music 1989
“Este é o Gil que eu gosto”, Gilberto Gil & Chico Buarque, Warner Music 1995
“Duetos com Gilberto Gil”, Gilberto Gil e Chico Buarque, Warner Music 2007
“Chico Buarque por eles”, Lenine, Som Livre 2009
“Songbook Chico Buarque – vol 2”, Lenine, Lumiar Discos 2015
Batmakumba
Gilberto Gil
Caetano Veloso
Batmakumbayêyê batmakumbao
Batmakumbayêyê batmakumba
Batmakumbayêyê batmakum
Batmakumbayêyê batman
Batmakumbayêyê bat
Batmakumbayêyê ba
Batmakumbayêyê
Batmakumbayê
Batmakumba
Batmakum
Batman
Bat
Ba
Bat
Batman
Batmakum
Batmakumba
Batmakumbayê
Batmakumbayêyê
Batmakumbayêyê ba
Batmakumbayêyê bat
Batmakumbayêyê batman
Batmakumbayêyê batmakum
Batmakumbayêyê batmakumbao
Batmakumbayêyê batmakumbaoba
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada) / © Warner/Chappell Edições Musicais LTDA.
Outras gravações:
“Afrociberdelia”, Chico Science & Nação Zumbi, Sony Music
“Mutantes ao vivo”, Mutantes, Sony/BMG
“Rita Lee ao vivo”, Rita Lee, Biscoito Fino
“A banda tropicalista do Duprat”, Rogério Duprat, Universal Music
“O Caetano e eu sentados no chão do apartamento dele, na avenida São Luís, centro de São Paulo, compondo a música: o que a gente queria, hoje me parece, era fazer uma canção com um dístico que fosse despida de ornamentos e possível de ser cantada por um bando não musical, algo tribal, e que, por isso mesmo, estivesse ligada a um signo da nossa cultura popular como a macumba, essa palavra nacional para significar todas as religiões africanas, não cristãs, e que é um termo que o Oswald de Andrade usou.
“O Oswald estava muito presente na época; nós estávamos descobrindo a sua obra e nos encantando com o poder de premonição que ela tem. A idéia de reunir o antigo e o moderno, o primitivo e o tecnológico, era preconizada em sua filofosia; Batmakumba é de inspiração oswaldiana. E concretista – na ligação das palavras e na construção visual do K como uma marca; no sentido impressivo, não só expressivo, da criação. Não é só uma canção; é uma música multimídia, poema gráfico, feita também para ser vista.”
“Naquele momento, nós vivíamos cercados de elementos de interesses múltiplos, ligados nas novidades sonoras e literárias trazidas pelos poetas concretos e pelos músicos de vanguarda de São Paulo.”
Sobre a adoção, a partir de agora, do k na micro-estrutura do poema, em lugar do c (em decorrência do que também o y passa a substituir o anteriormente grafado i, para melhor expressão tipográfica da alusão ao gênero de música estrangeira em moda na época) – “Eu tenho a impressão de que chegamos a grafar a palavra com k porque vimos que o poema formava um K. O k passava a idéia de consumo, de coisa moderna, internacional, pop. E também de um corpo estranho; não sendo uma letra natural do alfabeto português-brasileiro, causava uma estranheza que era também a estranheza do Batman.”
Sobre “bá”, “obá”, “baobá” como alguns dos sentidos sintetizados nas duas grandes palavras-valises da canção – “Pode ser que para o Caetano essas palavras tenham sido percebidas ou colocadas conscientemente ali, mas eu não descobri a presença delas na época, pelo menos; são extrações posteriores. Para mim não havia, por exemplo, o ‘obá’ entidade, só o ‘oba’ saudação, interjeição. A palavra ‘bat’, morcego, sim.”
O criador se assusta com a própria criação – “Eu não sei o que é de quem ali. Para mim, a coisa foi feita mesmo a quatro mãos, quatro olhos, quatro ouvidos, música e palavras ao mesmo tempo, seguindo o procedimento de ir cortando as sílabas e depois as reconstituindo, uma a uma, até formar as duas asas. Eu até me assusto hoje; quando vejo, me pergunto: ‘Você fez isso mesmo?’ “
Beira-mar
Gilberto Gil
Caetano Veloso
Na terra em que o mar não bate
Não bate o meu coração
O mar onde o céu flutua
Onde morre o sol e a lua
E acaba o caminho do chão
Nasci numa onda verde
Na espuma me batizei
Vim trazido numa rede
Na areia me enterrarei
Na areia me enterrarei
Ou então nasci na palma
Palha da palma no chão
Tenho a alma de água clara
Meu braço espalhado em praia
Meu braço espalhado em praia
E o mar na palma da mão
No cais, na beira do cais
Senti meu primeiro amor
E num cais que era só cais
Somente mar ao redor
Somente mar ao redor
Mas o mar não é todo mar
Mar que em todo o mundo exista
Ou melhor, é o mar do mundo
De um certo ponto de vista
De onde só se avista o mar
E a Ilha de Itaparica
A Bahia é que é o cais
A praia, a beira, a espuma
E a Bahia só tem uma
Costa clara, litoral
Costa clara, litoral
É por isso que é o azul
Cor de minha devoção
Não qualquer azul, azul
De qualquer céu, qualquer dia
O azul de qualquer poesia
De samba tirado em vão
É o azul que a gente fita
No azul do mar da Bahia
É a cor que lá principia
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada) / © Editora Musical Arlequim LTDA.
Outras gravações:
“Mar 4”, Gilberto Gil, Dubas Musica 2001
“Beira do mar”, Gilberto Gil, Dubas Musica 2000
“Louvação”, Gilberto Gil, Polygram 1967
“Retirante”, Gilberto Gil, Discobertas 2010
“O seu amor”, Gilberto Gil, Universal Music 2004
“Acustico”, Gilberto Gil, Warner Music 2001
“Unplugged”, Gilberto Gil, Warner Music 1994
“O rancho do novo dia”, Gilberto Gil e Caetano, Philips 1981
“Ituaçú – Gilberto Gil”, Orquestra De Sopros Da Pro Arte E Flautistas Da Pro Arte, Gil Geringonça Filmes 2012
Belo dia
Gilberto Gil
Azulado pelo anil imperial
Ajudado pelo sol e o vento sul
A tornar mais branca a roupa no varal
Belo dia foi aquele dia assim
Cintilante sem as nuvens do senão
Se não fosse aquele dia lindo enfim
Não podia ter sentido esta canção
O sentido dessa vida é ao invés
Azular a cor do branco é clarear
Escurecer pra dormir é através
De uma luz que o sono apaga ao acordar
Outras gravações:
“O que vier eu traço”, Baby Consuelo, Warner Music 2011
“Ao vivo em Montreaux”, Baby Consuelo, Warner Music 1978
“Dois gênios – Caetano Veloso e Gilberto Gil”, Gilberto Gil, Warner Music 2009
Bem devagar
Gilberto Gil
Sem correr
Bem devagar
A felicidade voltou para mim
Sem perceber
Sem suspeitar
O meu coração deixou você surgir
E como o despertar depois de um sonho mau
Surgiu o amor sorrindo em seu olhar
E a beleza da ternura de sentir você
Chegou sem correr
Bem devagar
Amor velho que se perde
Sai correndo pra outro ninho
Amor novo que se ganha
Vem sem pressa, de mansinho
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Prenda minha”, Caetano Veloso, Polygram Music
Blind faith
Gilberto Gil
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Copacabana mon amour”, Gilberto Gil, Polygram Music 1999
Bom dia
Gilberto Gil
Nana Caymmi
Madrugou
Madrugou
A mancha branca do sol
Acordou
O dia
E o dia já levantou
Acorda
Meu amor
A usina já tocou
Acorda
É hora
De trabalhar, meu amor
Acorda
É hora
O dia veio roubar
Teu sono
Cansado
É hora de trabalhar
O dia
Te exige
O suor e o braço
Pra usina
Do dono
Do teu cansaço
Acorda
Meu amor
É hora de trabalhar
O dia
Já raiou
É hora de trabalhar
Madrugou
Madrugou
A mancha branca do sol
Acordou
O dia
E o dia já levantou
Ele sai
Ele vai
A usina já tocou
Bom-dia
Bom-dia
Até logo, meu amor
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada) / © Editora Musical Arlequim LTDA.
Outras gravações:
“Nana Caymmi”, Nana Caymmi, RGE
“Música nossa”, Agostinho Dos Santos, Discobertas 2013
“Soledade”, Cida Moreira, Tratore Distribuição De CD’S 2015
“Cantos de todos os cantos”, Coral TRT15 – Campinas, Instituto jurídico de incentivo ao estudante 2012
“Em tempo de crise nasceu a canção”, Coro Osesp / Naomi Munakata (regente), Biscoito Fino 2009
“Canções do Brasil”, Coro Osesp/Naomi Munakata (regente), Biscoito Fino 2009
“Gal Costa 40 anos”, Gal Costa, Universal Music 2005
“Domingo – jewel case”, Gal Costa Caetano Veloso e Gal Costa, Universal Music 2010
“Edição especial”, Gilberto Gil e Milton Nascimento, Warner Music 2000
“Caipira”, Monica Salmaso, Biscoito Fino 2017
“Nana Caymmi / bônus”, Nana Caymmi, EMI Music Brasil 2010
“Caixa Nana Caymmi (CD eu sei que vou te amar – cd1)”, Nana Caymmi, EMI Music 2011
“Ensaio Nana Caymmi”, Nana Caymmi, Biscoito Fino 2010
“Nana Caymmi – ensaio”, Nana Caymmi, Warner Music 2012
“Vesper na lida”, Vesper, Atracao Fonografica 2011
Brand new dream
Gilberto Gil
Cut that out!
Forget it all, baby
Going crazy, feeling sad
About an impossible love
Is so bad
Gimme your hand and come together
Around the corner we can find a shop
That I know has got
A brand new dream
Above on the shelf
Maybe you like
That dream on the shelf above
Tomorrow maybe
I can call you my love
Cut that out!
Bit my bit
Inch by inch
Inch by inch
Inch by inch
Inch by inch
Till you can breath and get peace in your heart
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Brazil Very Happy Band
Gilberto Gil
A gente tem que ser assim
A gente tem que ser assim
Que a gente é assim
Brazil Very Happy Band
Brazil Very Happy Band
Um bando de gente cantando e dançando
Umbanda de gente
Brincar pra valer
Gilberto Gil
Se você quer brincar pra valer
Se você quer botar pra quebrar
Vem comigo, que eu vou com você
Na patota mais quente que há
Eu já disse pra toda a moçada aprender
Dançar frevo, sambar, comemorar
Quero ver todo mundo comigo
E você, meu irmão
Na puxada do refrão
Nas quebradas da vida
No sol da subida
Na ida e na volta legal
Eu faço o que posso
Na verdade eu mando e não peço
Eu sou o progresso
Na bandeira nacional
Buda nagô
Gilberto Gil
Dorival é ímpar
Dorival é par
Dorival é terra
Dorival é mar
Dorival tá no pé
Dorival tá na mão
Dorival tá no céu
Dorival tá no chão
Dorival é belo
Dorival é bom
Dorival é tudo
Que estiver no tom
Dorival vai cantar
Dorival em CD
Dorival vai sambar
Dorival na TV
Dorival é um Buda nagô
Filho da casa real da inspiração
Como príncipe, principiou
A nova idade de ouro da canção
Mas um dia Xangô
Deu-lhe a iluminação
Lá na beira do mar (foi?)
Na praia de Armação (foi não)
Lá no Jardim de Alá (foi?)
Lá no alto sertão (foi não)
Lá na mesa de um bar (foi?)
Dentro do coração
Dorival é Eva
Dorival Adão
Dorival é lima
Dorival limão
Dorival é a mãe
Dorival é o pai
Dorival é o peão
Balança, mas não cai
Dorival é um monge chinês
Nascido na Roma negra, Salvador
Se é que ele fez fortuna, ele a fez
Apostando tudo na carta do amor
Ases, damas e reis
Ele teve e passou (iaiá)
Teve o mundo aos seus pés (ioiô)
Ele viu, nem ligou (iaiá)
Seguidores fiéis (ioiô)
E ele se adiantou (iaiá)
Só levou seus pincéis (ioiô)
A viola e uma flor
Dorival é índio
Desse que anda nu
Que bebe garapa
Que come beiju
Dorival no Japão
Dorival samurai
Dorival é a nação
Balança, mas não cai
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada)
Outras gravações:
“Chegar a Bahia”, Clecia Queiroz, Usina Cultural
“Som Brasil canta Caymmi”, Gilberto Gil, Som livre 2004
“Parabolicamara”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“It ‘s good to be alive – anos 90”, Gilberto Gil, Warner Music 2002
“The very best of Gilberto Gil the soul of Brazil”,Warner Music, Gilberto Gil 2005
“Parabolicamara”, Gilberto gil, Warner Music
“Para Gil e Caetano”, Margareth Menezes, Canal Brazil s/a 2014
“Caixa Nana Caymmi (CD eu sei que vou te amar – cd2)”, Nana Caymmi e Gilberto Gil, Emi Music 2011
“A música, sem a letra – e sem nada pensado para ela -, nasceu em Roma, no hotel, depois de um show da família Marley (mãe, mulher e filhos), do qual eu havia participado. Na volta ao Brasil, eu já sabia que seria para Caymmi. Fui listando, experimentalmente: ‘Dorival é isso’, ‘Dorival é aquilo’ etc. etc. etc.; algumas coisas ficaram, muitas não. Até que me ocorreu: ‘Dorival é ímpar’ – e eu me tranquilizei: ali estava um começo, sem dúvida; pois em seguida veio “Dorival é par’ e, de par em par, todo o texto de contrastes.”
O sagrado no profano – “As semelhanças, por mim engendradas, e dessemelhanças entre as trajetórias do Buda e do Caymmi, o nosso Buda, ocidental, atual, transpreto e transreligioso. Um, abandonando o palácio e a vida principesca para iniciar sua peregrinação acética de abdicações e mortificações, até sentar-se cansado, como conta a lenda, debaixo de uma árvore e, aí, se iluminar. E o outro, obtendo a, segundo o meu ponto de vista, iluminação – a elevação de espírito que ele demonstra ter -, no percurso de uma vida mundana, de um roteiro que passa por lugares comuns.
“Mais exatamente: pela praia de Armação, perto do Jardim de Alá, onde há muitos anos se concentravam as grandes comunidades de pescadores de Salvador; pelo sertão de Olho D’Água, Lagoinha e outras citadas por ele na música Fiz Uma Viagem, onde o personagem vai de uma cidade pra outra do interior; e pelas famosas mesas dos bares de Copacabana, onde Estela, sua mulher, ia buscá-lo, ele tomando seu conhaque.
“A iluminação de um homem comum e a desnecessidade da visão sacralizante de um espaço especialmente ungido para obtê-la. Esses os sentidos de Buda Nagô.”
Last but not least – “Eu tinha me dado por satisfeito com a canção, quando dias depois senti que a parte B merecia uma replicação, e o conceito do ‘Buda nagô’, outra carga explicatória. Então, a partir de mais uma conjunção de imagens contrastantes, a do monge chinês nascido na Roma baiana, eu criei a estrofe em que faço a descrição da renúncia na vida de Caymmi – o que teria levado, nele, à limpeza do terreno interior -, com as referências às cartas de jogo aparecendo para dar a idéia dos tempos do Cassino da Urca, no Rio.”
Enumeração pedagógica – ” ‘Dorival é o quê?’ ‘Dorival é isso.’ ‘Dorival é o quê?’ ‘Dorival é aquilo.’ ‘E o que mais?’ ‘Aquilo outro.’ Como se numa sala de aula se fizesse com as crianças um jogo de elucidação com o objetivo de se imiscuir nelas, de modo simples, o conhecimento de algo. Buda Nagô seria a resposta em série à proposta de revelar Caymmi num jogo desse. Seu pedagogismo infantil é para trazer a dimensão da inocência – que, enfim, se confunde com a iluminação.”
Cada tempo em seu lugar
Gilberto Gil
Preciso refrear um pouco o meu desejo de ajudar
Não vou mudar um mundo louco dando socos para o ar
Não posso me esquecer que a pressa
É a inimiga da perfeição
Se eu ando o tempo todo a jato, ao menos
Aprendi a ser o último a sair do avião
Preciso me livrar do ofício de ter que ser sempre bom
Bondade pode ser um vício, levar a lugar nenhum
Não posso me esquecer que o açoite
Também foi usado por Jesus
Se eu ando o tempo todo aflito, ao menos
Aprendi a dar meu grito e a carregar a minha cruz
Ô-ô, ô-ô
Cada coisa em seu lugar
Ô-ô, ô-ô
A bondade, quando for bom ser bom
A justiça, quando for melhor
O perdão:
Se for preciso perdoar
Agora deve estar chegando a hora de ir descansar
Um velho sábio na Bahia recomendou: “Devagar”
Não posso me esquecer que um dia
Houve em que eu nem estava aqui
Se eu ando por aí correndo, ao menos
Eu vou aprendendo o jeito de não ter mais aonde ir
Ô-ô, ô-ô
Cada tempo em seu lugar
Ô-ô, ô-ô
A velocidade, quando for bom
A saudade, quando for melhor
Solidão:
Quando a desilusão chegar
“Um auto-retrato autocrítico.
O começo versa sobre a atuação política no mundo; a ilusão de que a transformação pode ser feita segundo o seu lema, sua imagem; de que ela não é um processo lento, contraditório, cheio de altos e baixos e de vaivens, ao invés de um escorrer no tempo; e o fato de que muitas vezes ela é imperceptível, misteriosa, e o afã humano de que ela seja algo dominável é uma panacéia, coisa das ideologias. Muito a ver com eu ter ido para a política, tentar dar uma contribuição, como gratificação egoísta de desejo.
“Eu tinha passado pela Secretaria de Cultura, tentado a Prefeitura, vivido dois anos intensamente conflituosos da vida política em Salvador. Estava na Câmara, quando compus a música. Há nela um tom de lamento de The Fool on The Hill: o homem solitário, na montanha, apreciando o mundo louco; louco, também, de vê-lo e ser parte dele.
“Na segunda estrofe, outra auto-crítica: à mania de bondade. E na última, à irracionalidade do ímpeto como algo de eficácia indiscutível; à pretensão de que do impulso decorra tudo que se quer (ali, também, uma referência oculta a Caymmi: ‘Um velho sábio na Bahia’).
” ‘Cada tempo em seu lugar’: pra passar mais uma vez essa idéia de indissociabilidade do tempo-espaço, de que eu gosto muito.”
Outras gravações:
“Carol Sabóia”, Carol Sabóia, Jam Music
“Origami”, Josyane Melo, Chita Produções
“Cada tempo em seu lugar”, Cacala Carvalho e João Braga, Mills Records 2012
“O eterno Deus mu dança”, Gilberto Gil, Warner Music 1989
“The eternal god of change”, Gilberto Gil, Warner Music 1989
“Healing select bossa nova”, Gilberto Gil, Warner Music 2007
“Origami”, Josyane Melo, Chita Produções 2007
“Céu e mar”, Leila Pinheiro e Nélson Faria, Biscoito Fino 2013
Cálice
Gilberto Gil
Chico Buarque
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada) / © Cara Nova Editora Musical LTDA.
“A Polygram queria fazer um grande evento com todos os seus artistas no formato de encontros, e foi dada a mim e ao Chico a tarefa de compor e cantar uma música em dupla.
“Era semana santa e nós marcamos um encontro no sábado no apartamento dele, na Rodrigo de Freitas (a lagoa referida, aliás, por ele na letra). Eu pensei em levar alguma proposta e, um dia antes, no fim da tarde, me sentei no tatame, onde eu dormia na ápoca, e me pus a esvaziar os pensamentos circulantes para me concentrar. Como era sexta-feira da Paixão, a idéia do calvário e do cálice de Cristo me seduziu, e eu compus o refrão incorporando o pedido de Jesus no momento da agonia. Em seguida escrevi a primeira estrofe, que eu comecei me lembrando de uma bebida amarga chamada Fernet, italiana, de que o Chico gostava e que ele me oferecia sempre que eu ia a sua casa.
“No sábado não foi diferente: ele me trouxe um pouco da bebida, e eu já lhe mostrei o que tinha feito. Quando, cantando o refrão, eu cheguei ao ‘cálice’, no ato ele percebeu a ambiguidade que a palavra, cantada, adquiria, e a associou com ‘cale-se’, introduzindo na canção o sentido da censura. Depois, como eu tinha trazido só o refrão melodizado, trabalhamos na musicalização da estrofe a partir de idéias que ele apresentou. E combinamos um novo encontro.
“Ele acabou fazendo outras duas estrofes e eu mais uma, quatro no total, todas em oito decassílabos. Dois ou três dias depois nos revimos e definimos a sequência. Eu achei que devíamos intercalar nossas estrofes, porque elas não apresentavam um encadeamento linear entre si. Ele concordou, e a ordem ficou esta: a primeira, minha, a segunda, dele; a terceira, minha, e a última, dele.
“Na terceira, o quarto verso e os dois finais já foram influenciados pela idéia do Chico de usar o tema do silêncio. O termo, alías, já aparecia na outra estrofe minha, anterior: ‘silêncio na cidade não se escuta’, quer dizer: no barulho da cidade, não é possível escutar o silêncio; quer dizer: não adianta querer silêncio porque não há silêncio, ou seja: não há censura, a censura é uma quimera; além do mais, ‘mesmo calada a boca, resta o peito’ e ‘mesmo calado o peito, resta a cuca’: se cortam uma coisa, aparece outra.
“Aí, no dia em que nós fomos apresentar a música no show, desligaram o microfone logo depois de termos começado a cantá-la. Tenho a impressão de que ela tinha sido apresentada à censura, tendo-nos sido recomendado que não a cantássemos, mas nós fizemos uma desobediência civil e quisemos cantá-la.”
Outras gravações:
“Chico Buarque & Milton Nascimento”, Chico Buarque e Milton Nascimento, Polygram Comércio
“Cantos e encontros de uns tempos”, Chico César, Biscoito Fino
“Gabriel o Pensador”, Gabriel O Pensador, Sony Music
“Álibi”, Maria Bethânia, Philips
“Miucha e Tom Jobim”, Miucha e Bebel, BMG
“MPB 4”, MPB 4, Polygram
“Voce não entende o que eu falo”, Banda DR. LAO, Luciano Melo, DJ Melo 2002
“Antônio Zambujo – até pensei que fosse minha”, Antônio Zambujo, Som Livre 2016
“Fabiano V. Barreto”, Banda Filhos Da Patria 2001
“Vai passar”, Chico Buarque, EMI Music 2005
“Perfil”, Chico Buarque, Polygram 1997
“Chico CD 3”, Chico Buarque, Polygram 1994
“Coleção Chico Buarque”, Chico Buarque, Sony Music 2010
“As mais belas canções de Chico Buarque”, Chico Buarque, Encontros inesqueciveis – CD3 / Reader ‘ Universal Music 2003
“Chico Buarque”, Chico Buarque, Universal Music 2001
“A música de Gilberto Gil”, Chico Buarque – participação de Milton Nascimento, Universal Music 2003
“Grandes compositores”, Chico Buarque, Globo-RGE 1997
“20 grandes sucessos de Chico Buarque”, Chico Buarque c/Milton Nascimento, Polygram Comércio 1998
“Coleção Chico Buarque”, Chico Buarque, Sony Music 2010
“Só MPB – Som Livre.com”, Chico Buarque, Universal Music 2003
“Millenium”, Chico Buarque com Milton Nascimento, Universal Music 2004
“Gilberto Gil – 2 lados”, Chico Buarque e Milton Nascimento, Universal Music 2010
“10 hits – Chico Buarque”, Chico Buarque e Milton Nascimento, Universal Music 2016
“Cantos e encontros de uns tempos pra cá”, Chico césar, Biscoito Fino
“O axé, a voz, o violão” Daniela Mercury, Biscoito Fino 2016
“Ensaio vocal canta Chico Buarque” 2001
“Inc abandono de Gabri”, Gabriel O Pensador, Sony Music 1995
“Gil & Chico sound + vision / phono 73”, Universal Music 2004
“Gilberto Gil ao vivo – USP (1973)”, Gilberto Gil, Discobertas 2017
“Gil + 10”, Gilberto Gil & Milton Nascimento, Som Livre 2011
“Sound + vision – phono 73”, Gilberto Gil e Chico Buarque, Universal Music 2005
“De volta ao começo”, João Fenix, Biscoito Fino 2016
“Álibi”, Maria Bethania, Philips 1978
“Personalidade”, Maria Bethania, Polygram Comércio 1987
“20 obras primas”, Maria Bethania, Polygram comércio 1995
“Minha história”, Maria Bethania, Polygram Comércio 1992
“Bethânia canta chico {cd 2}”, Maria Bethânia, Universal Music 2005
“Pátria amarga”, Mariah, Maria do Espírito Santo Souza Marques 2014
“Comportamento geral – canções da resistência”, Marya Bravo, Tratore Distribuição de CD’S
“Banda sinfonica do agreste”, Meninos de Sao Caetano, Velas 1997
“T.s. Os Dias Eram Assim”, Milton Nascimento e Chico Buarque, Som Livre 2017
“Missionarios Do Dizimo”, RGE 1999
“Gil na delas”, Miucha e Bebel, BMG 2005
“As totalmente d+ mix 3.0 – Baixo Leblon on the rocks”, Mpb-4, Indie Records 2003
“A arte de cantar”, Mpb-4, Sigla 1998
Mpb-4, Polygram, 1995
“Serie gold”, Serie Gold, Universal Music 2002
“Série sem limite III – cd 1”, Mpb-4, Universal Music 2001
“Chico Buarque – vol. 1”, Mpb-4, Editora Globo 2000
“Serie melhor de dois”, MPB-4, Universal Music 2000
“Nova série”, Mpb4, Warner Music 2008
“Trilha sonora da novela Amor E Revolução”, Pitty, Universal Music, Universal Music 2011
“Indireto”, Pitty,Jean Dolabella e augusto nogueira, Augusto José Rezende Nogueira 2010
“Songbook Chico Buarque – vol 3”, Sérgio Ricardo, Lumiar Discos 2015
“Projeto academico de direito da Unifacs faculdade da Bahia”, Varios 2002
Canção da moça
Gilberto Gil
Capinan
Que um dia possa ter um lugar
Um lugar que seja meu, que seja meu
Um luar, um luar sobre o caminho
Um amor a quem dê flores
Nuvens no céu, conchas no mar
Amor a quem ensine o amor
Que aprendi ao caminhar
Vou andando, vou sonhando, vou sorrindo
Teu sorriso, sonho antigo em minha dor
Outras gravações:
“Brasil ano 2000”, Gal Costa, Universal Music
“Gal Costa 40 anos”, Gal Costa, Universal Music 2005
“Pérolas raras”, Gal Costa, Universal Music 2006
“Caetano Veloso e Gal Costa – domingo – jewel case”, Gal Costa, Universal Music
[ para o filme Brasil, Ano 2000, de Walter Lima Jr. ]
Canô
Gilberto Gil
da época do trem motriz
do auge dos canaviais
tens vivido a semear a luz
a paz e o amor que tem raiz
na índia dos teus ancestrais
vida cheia de momentos raros
nesta cara santo amaro
terra de doces paixões
zeca e todas as meninas
e os meninos, quantos sinos
quantos hinos, quantas orações
has de ouvir de nós
sempre essa voz
sempre essa voz
sempre em tom de louvor
nossa emoção, canô
nesta canção, canô
nossa emoção, nesta canção
parabéns pra você, canô
cem anos com você, canô
parabéns pra você, canô
cem anos com você, canô
Cantando as Horas
Gilberto Gil
O tempo todo eu fico a procurar
Cá no meu peito tá acesa a chama
Minha boca chama a sua sem parar
Sou passarinho e bem devagarinho
Eu vou cantando as horas pra poder voar
Pra nossa casa
Pro nosso ninho
E no teu carinho me aconchegar
Nossos lençóis bordados, nossa cama
Quando a gente ama
Só pensa em ficar
Mas a saudade tem a sua trama
E é por ir embora que eu posso voltar
Eita que a saudade faz milagre
Abre a nossa porta depois de fechar
Eita que a espera nao altera
Um amor maior que o tamanho do mar
Amanhã bem cedo estou na estrada
Nada que a demora avexe o coração
Se a saudade for muito apertada
Sei que largo tudo e pego um avião